Diário de uma Paixão

sexta-feira, junho 29, 2007

365 lições

Um ano.
Penso no quanto mudei,nas pessoas que me rodeiam agora,nas que rodearam,nas que rodeavam.Há precisamente um ano atrás,era tudo tão diferente.Quem me faria prever um final tão inesperado.Um Verão sem solução.Um Agosto encarnado,da cor do sangue.Não me arrependo das feridas,olho para as marcas que me deixaram e penso para comigo no orgulho de as trazer na pele.Fui forte,afastei-me de tudo o que me fazia mal,mudei em 180 graus a minha vida,a minha rotina,os meus sonhos,o meu mundo.
Um Janeiro que me cortou ao meio,e hoje não sei bem que metade sou.Creio que a menos má das duas,estou a escrever e consigo sorrir.Lembras-te de como andava sempre a sorrir?Eu lembro.
Hoje posso não ser perfeita,já na altura não o era,mas resta-me um saquinho cheio a meio de amor próprio que na altura não trazia comigo.Hoje,posso orgulhar-me de gostar um bocadinho de mim,ao ponto de me afastar do que mais amo,do que mais amei,para não me fazer mal.
Fui eu mesma que fiz estas marcas,não posso culpar os outros,era eu que escolhia estar com quem me magoava.Consegui!Livrei-me daquilo tudo.
Não estou feliz,creio que feliz na totalidade ninguem nunca vai estar,mas estou bem,respiro fundo e não doi.Afinal foram 365 dias de aprendizagem intensiva,hoje sou uma mulher.Não o "projecto de mulher" que gostavas de me chamar.
Tenho pena de não estar lá hoje,de não te ver,de não te mostrar a minha indiferença.
Não escrevo mais cartas,não vou ferir mais a minha pele por quem não vale a pena,até porque ninguem na verdade vale assim tanto a pena.
Ao olhar a lua,recordo-me daquela noite,a ultima,nossa.A ultima noite em que me iludi que a amizade verdadeira era eterna.Tenho saudades,confesso.
...Mas antes mergulhar no abismo que voltar à beira da falésia onde me deixaste sem onde me agarrar.
Li o livro todo,devorei cada página como se o meu amanhã dependesse dela,enguli cada lição como um xarope que me ia curar.
365 lições.

quarta-feira, junho 27, 2007

Repetição

Vejo a história repetir-se.Como um diário rasgado,a folha reaparece.A tinta de outra cor escreve as mesmas palavras sem som,a mesma indiferença.
Não quero ver o final,cansada de "felizes para sempre" que nunca o são.Prefiro fechar os olhos ao filme,vê-lo passar sem pensar que já o vi antes.Deu num canal onde costumo passar quando faço zapping.Dizia eu que ia deixar a televisão e passar a ler mais...Mentiras.
Iludo-me todos os dias.
Assusta-me a possibilidade de nunca mais haver um programa que me fascine,um programa que não acabe à minima falha de audiencia.Não desisto,de qualquer das formas espero pelo dia mesmo antes de ser anunciado o final,grande erro.
Ainda espero que mudes o final ao guião,porque neste momento eu já poucas hipoteses de o fazer tenho,a tinta na minha caneta acabou,e não faço intenções de comprar outra.Estou cansada de ser sempre eu a renovar aquilo que se repete.
Sê original,eu já não acredito em nada.
...E as musicas em repeat mode cansam.

segunda-feira, junho 25, 2007

De certeza?

Hoje sonhei que vivia noutra casa.
Sonhei que o mundo tinha cores que eu nunca vi.
Não sei o nome delas.
Vi um tigre do lado de fora da minha janela,pensei que fosse real,mas afinal,a selva é aqui dentro,não do lado de fora.
Existe uma luta pela sobrevivência que me incomoda.
Estou cansada de violencia,de lutar para conseguir dormir sem acordar noutro mundo.
Convenço-me que a realidade é isto,e isto não é aquilo que os outros conseguem ver pela janela.
Já não sei o que é real,se os tigres,se os pássaros que não voam,se o céu que nunca clareia.
Vejo coisas.
Tenho certeza absoluta e dolorosa que as vi!
Ainda ninguem teve coragem de me desmentir,será que é mesmo real?
Eu às vezes penso que sim,outras penso que nem pensar...
Verdade...Não,mentira.
Mas agora que penso nisso,é de noite há demasiado tempo,e eu sei que sim.
Ainda assim questiono-me a mim mesma da forma de todos os dias,das cores,das pessoas.
Do mundo.
Afinal de que lado da jaula que criei estou eu?

"De certeza?"

domingo, junho 24, 2007

Confiança.

Sinto o teu aroma em mim.Levanto as mãos à cabeça e entrelaço-as nos cabelos como se estivesse preocupada.Como se estivesse à espera de alguma coisa.Envias notícias.Enrolo uma madeixa de cabelo no dedo e lembro-me que a minha mão esteve em ti,na tua pele.Movo os lábios,tento cantar uma musica que me enche o quarto no momento,lembro-me que estiveram colados aos teus.Fecho os olhos,vejo melhor o mundo que quando estão abertos.Vejo-te,e não só.
Observo-te subtilmente como àgua de um lago,banhado a um sol que eu não te posso dar,embora não por falta de vontade.Sou feita de trevas.
Ainda assim as folhas dos meus jardins nocturnos dançam na tua margem como crianças na primavera.
Respiro fundo e tremo,soluço sem chorar,sem falar,sem causar som que não um disfarçado suspiro que ninguem vai ouvir.As paredes têm desenhos com o teu toque,com o teu som,com a tua essência.
E eu já não sei como limpa-las,mesmo que quisesse.Tenho um terror nocturno que me caiam em cima como castelos de areia...
Não passo de uma conchinha,que tu carinhosamente mimas porque te parece apegada às tuas mãos.Está.Só tenho medo de me abrir,e causar-te a leve surpresa de não ter pérola nenhuma no interior,sou uma concha vazia.Vivo na beira de um castelo de areia,com medo de voltar para casa,com medo que o mar venha cedo demais,com medo de ainda não teres reparado que és o meu chão.
Quero acreditar que não caio,mas as minhas origens obrigam-me a viver na penumbra,com medo,tanto medo.
Quero dormir e sentir o teu cheiro,a tua essência no meu respirar.

sexta-feira, junho 22, 2007

Nuvens

Branco,a cor da pureza.A cor do tempo que passei contigo.
O meu sono é branco.Lembraste-te que existia.
O meu tempo é branco,já passou.Nunca fui condescendente com atrasos.
"Tu" és branco.Já não existes por detrás dos meus pensamentos.A menos que te agarre,e não irei faze-lo.
Os meus olhos são brancos.O meu olhar não oculta mais o negro que ocultava.
O meu dia foi cinzento.Gostava que tivesse tido apenas 12 horas,metade dele.A primeira,a branca.Aquela onde respirei como se estivesse salva.
Os meus braços são brancos,aqueles que entrelaçaram nos teus em busca de segurança.Conseguiste.
O meu medo é branco.Existe como um Deus que não se vê mais,tenho de procura-lo para saber que ainda existe.
O meu respirar é branco,limpaste a minha alma.
O meu lugar é branco.Naqueles "agoras",percebes?
A minha vontade é branca,é tua.
Os meus crimes são brancos.Matei-"te".
A minha religião é branco.Sou ateia.
Tu,tu és cor-de-rosa no branco.

quarta-feira, junho 20, 2007

Calo-me, logo sinto.

Não te disse tudo porque iria parecer propositado.Não é,juro-te que não.Há musica que realmente que não conseguimos ouvir e passar ao lado,há arte que faz magia.Fechei a tua janelinha e abri a minha,sentei-me no puff que tenho no quarto onde já muitas vezes chorei a ouvir as minhas musicas preferidas,e deixei-te em silêncio uns minutos.Ouvi deliciosamente a "tua" musica,gostei,percebi por que te deixava tão fascinado,a cada acorde,a cada som mais forte movia o olhar para a janela,para o céu que já clareava.Pensei que há coisas que ninguem compreende,tenho pena de na maior parte das vezes não compreenderem as minhas...Fiquei feliz por compreender as tuas.Sim,assusta-me.Assusta-me ainda mais não te ter dito o quanto a musica me tocou,com medo de achares que estava a fazer de propósito,provavelmente faria sentido que assim fosse,não foi.
Fiquei na verdade aqueles minutos em silencio absoluto no cantinho mais "meu" do meu quarto,a pensar nos porquês.A pensar no que te iria dizer depois.Sabia à partida que se te dissesse que a musica era bonita,ia soar a pouco.Não chegava,nem para ti nem para a musica em si.
Fico chateada comigo mesma por pensar demasiado,fico chateada por ainda sentir.Sinto-me frágil,então não te dou a conhecer tudo.Vês o exterior,isso chega,a ver vamos quando te vais cansar dele e não tenho de te dar a conhecer o lado mais obscuro.
Há arte que nem metade de um mundo consegue apreciar,fazes-me feliz só por pensar que apesar de idolatrarmos duas artes diferentes,as adoramos da mesma forma,com os mesmos pormenores,as mesmas reacções,o mesmo tremor e arrepio na pele quando as ouvimos.
Juro-te...Não é propositado.

terça-feira, junho 19, 2007

Falhaste-me

Desiludiste-me.
Nunca o tinhas feito.Pergunto-me se terei sido eu a fazer alguma coisa para provocar isto,não fui.Sempre te pedi ajuda,apenas a ti,és a unica pessoa que me sabe de cor,melhor que eu mesma.Hoje falhaste-me.Bati-te à porta e não abriste,estavas ocupado.Secalhar não me conheces tão bem como eu pensava,ou então enganei-me.
Magoaste-me.
Eras a unica pessoa ainda com poder para faze-lo,realmente a pancada vem sempre de onde menos se espera.Sempre te disse,volto a dizer,és aquele com toda a possibilidade de me fazer sorrir quando o mundo inteiro me faz chorar,em compensação se me magoasses,serias aquele que mais me faria descer...Bem fundo.
Não tenho mais escadas,nem forças para trepar.Vou fugir para um lugar bem longe aqui em baixo,para o caso de notares a minha ausência.
Se algum dia te lembrares de hoje,lembra-te que te pedi ajuda,como nunca havia feito porque não era necessário,adiantavas-te sempre.Mas desta vez,desta unica vez,falhaste-me.
Esqueceste-me.

Nunca digas que não pedi,tu conheces-me bem demais para me teres deixado sozinha.Estou.Onde estás tu agora?

Máquinas do tempo

E quando começas a lembrar do ontem?Que fazes?Eu desejo muita vez com todas as minhas forças a existencia das máquinas do tempo,embora saiba que se na realidade existissem não lhes tocava.Por muito tentador que fosse.
Hoje alguem muito especial fez essa pergunta,"imagina que podes mudar o ontem,melhorar o amanhã,que farias?",e eu sou tão vazia que não sei.Provavelmente ficaria quieta,à espera que as coisas me venham cair aos pés,porque sou demasiado descrente para acreditar que algo melhoraria.Sou um buraco negro sem fundo,como o fundo dos teus olhos.Apetece-me abraçar-te,não estás aqui,mas sei que estarás mal pegar no telemovel e pedir ajuda.Sinto-me sozinha,sou anormal não sou?Neste momento podia sentir-me tudo menos isso...
Não gosto do tempo,não daquele tempo real,horas,chuva,etc...Mas tempo em quantidade,tempo que mata.
Não te posso pedir para me salvares,ninguem consegue,falo por experiencia própria,já nem escrever como antes consigo.Vai-se a arte,fica o vazio.
Vazia como uma vida sem tempo,sem anos,sem experiência,sem nada.Nada.
A minha resposta depois de pensar muito é esta:
Se houvessem máquinas do tempo,eu seria o amanhã.Nem a correcção do ontem,me faria melhor.

segunda-feira, junho 18, 2007

Antíteses

Podia dizer muita coisa...Um "adoro-te" por exemplo,mas seria demasiado simples.E eu,tu sabes que eu sou demasiado complexa para algo do género.
Sabes aquela sensação de casa?Quando estás longe tens saudades,não propriamente da casa e do sitio onde vives,mas da sensação de lá estar...O cheiro das coisas,o toque,o ar.Eu não me sinto em casa em lado nenhum.Quando estou longe não costumo ter saudades de nada,a não ser da minha gata claro.Fizeste-me mudar de ideias,senti-me em casa.Como tu próprio disseste "não dá para negar",não dá,e juro-te que até tento para me sentir menos fraca.
És o oposto de tudo aquilo que tinha como certo na minha vida,vieste roubar-me os sentidos que tinha e confesso que me salvaste.Fazes-me sentir menos fora deste mundo,embora me tires os pés do chão por vezes.Tiras-me as palavras,isso é bom,é tudo o que sempre quis,não pensar.Elas obrigam-me a isso de vez em quando,parecendo que não.
Imagina o inferno...A concentração das forças todas do mal num só local,imagina esse local como o sitio onde estás.
Agora imagina a coisa mais bonita e sincera que alguma vez te direi:
Tu fazes-me ter vontade de abandonar o paraíso.

sexta-feira, junho 15, 2007

Insegurança

Mais uma vez de frente para o gatilho.Sou lenta.Indecisa.Insegura.
O cano escorrega-me na mão,como se dissesse "sê rápida,antes que te arrependas".O meu ohar diz-me simplesmente para a deixar cair,virar costas,seguir em frente,não pensar.Alguma vez eu consigo fazer isso!Quem me dera ser vulgar...Quem me dera ser simples.
Penso,mais um pouco.Agarro com mais força aquela que seria a unica solução para acabar mais depressa com o risco de me magoar a sério.Embora tenha noção que me vou magoar muito mais assim,sem retorno.
Sou forte,deixo cair e fico a olhar para ela.Reluzente e sedutora,familiar.Já não sei viver sem a sua companhia...Que vergonha.Tenho vergonha de mim por me achar tão forte,e no fundo ser uma frágil,que à primeira queda,não se volta a apanhar.Espero que me agarrem quando nem sequer pedi por isso,não custa nada dizer "Se cair,vê se chegas a tempo de me apanhares","Se tiver de cair cai comigo."
Não...Não digo nada e o meu silencio vai derretendo o gelo.Faz-me voltar aos meus fantasmas,faz-me ver de novo um mundo que não queria.
Não custa nada dizer...
"Ajuda-me a mudar."
Metes-me medo,adoro-te,não quero que mudes,mas tenho uma arma no bolso chamada Insegurança.

quarta-feira, junho 13, 2007

Fazes-me falta

Fazes falta.
A ausência do teu nome é já um espaço em branco na minha rotina,daqueles que não deveriam acontecer,daqueles que são estupidamente vulgares e acontecem.
Não deveria fazer-me diferença,mas faz.Fizeste-me querer a tua atenção.Não...Não é falta de atenção,não quero outras,quero a tua.Quero o teu sorriso como ontem,quero o teu olhar sempre assim.Quero a tua confiança e o teu tempo.Fazes-me falta.
O silencio das tuas notícias que vão chegando tarde,fazem-me repensar nas minhas escolhas,até naquelas onde não tive opção.Ainda vou a tempo de fugir.Ainda vou a tempo de ignorar os caminhos que tenho a escolher,e não seguir na verdade nenhum deles.Vou perder-me,tenho a certeza disso antes de tentar encontra-lo.Nem certeza tenho se é um caminho,não me dizes.Os teus olhos dizem qualquer coisa que ainda não consegui decifrar,é nestas alturas que eu amo tanto as palavras e gostava que elas me abraçassem agora.Os teus gestos dizem-me que não é negro nem branco,é cinzento...E eu vou cair no nevoeiro como um carro que se despista numa estrada deserta.Não vai haver ninguem para me salvar,o 112 não vai servir de nada quando me encontrar no fundo da ravina.
As fotografias dizem concerteza algo que não consigo descobrir,num manto de riso e cor-de-céu.Tu não dizes nada...Com ou sem cor.
E eu vou esperando que a noite passe,incolor,na esperança que o amanhã me traga um pincel mágico,que me pinte um sol pelo meio da neblina,e me parta este silêncio de cristal que já fere.
Onde estás tu?Fazes-me falta...

terça-feira, junho 12, 2007

Iniciativa

O comboio ainda nem partiu.Estou apavorada sem motivo.Não é a primeira vez,não há de ser a ultima...Mas já lá vai o tempo em que fiz algo parecido.
Cresci,sinto-me consciente demais para ir,e para ficar.O tempo nunca foi meu amigo,porque seria agora?
Diz-se que há uma primeira vez para tudo,esta soa como uma delas.
O comboio apita partida,eu anseio a chegada,penso demasiado.A minha vida não dava um filme,eu sou o próprio filme.Acho que espero demasiado das pessoas.
Hoje domina-me a ansiedade,amanhã a desilusão?E o medo...Engole-me como um tubarão mortífero,não vou deixar o sangue ficar ao de cima.Já planeio limpa-lo mesmo antes de me ferir.
E a água é uma máscara tão boa para o fazer...
À chegada visto a capa,digo uma ou duas frases de consolo a mim própria,meto o som no máximo,e os óculos para que não vejam a minha insegurança estapafurdia.Só penso no sangue...Na infecção,na cura.

Não me desiludas.

quinta-feira, junho 07, 2007

Ajuda-me

Bateste-me.Mais uma vez,e desta não pude fugir.Só porque não quero falar,só porque pedi ajuda,só porque estou doente.Quem me dera ser normal!Vulgar!Quem me dera!Mas não sou...Sou o produto do ódio com a doença,do gelo com o alcool.O que sou,foste tu que o fizeste,não me venhas culpas agora.Eu apenas quero ser...Só isso.Se ao menos tivesse coragem para pegar neles...Um a um,com o chá,para bem fundo de mim,até já não haver nada,até já não haver eu.Se ao menos tivesse essa coragem,percebias o quão esgotada estou,o quão doente me tornei,a infeliz que me fizeram.Chamar-lhe-iam falta de atenção,eu chamo desespero,limite,loucura.Não quero morrer,tenho muito que fazer neste mundo ainda,aliás...Ainda não fiz nada.Os antidepressivos não cobrem tudo,a ansiedade é mais forte que uma faca afiada pela qual não se dá conta.Espeta-nos pelas costas,como se nos atraiçoasse,com a diferença que nunca nos foi fiel.As lágrimas caem como chuva torrencial no meio do Verão,o corpo todo doi e arde como chagas,os olhos fecham-se lentamente desistindo,do tanto que ainda há eventualmente para dar.Sou uma imperfeição,nascida para ser perfeita,agora não sei que fazer,para onde ir.Estou perdida.
Eu não era assim...
Pedi ajuda.Humildemente como nunca havia feito,disse que precisava de ajuda.Que não suportava a ideia de me tocarem,que não suportava a ideia de gostar,seja do quê ou quem,que me causava vómitos pensar que tenho de acordar.Há de chegar um dia,em que não me levanto,não vou estar morta,mas vou ser aquilo que ambos quiseram,aquilo que ambos criaram quando me puseram no mundo:Uma falha.

quarta-feira, junho 06, 2007

Droga

Não sou capaz.
Sempre li livros e vi filmes que falavam de um amor incondicional,baseado na necessidade.Dizia a todos o quão lamexas era e que nunca na vida (e eu raramente digo nunca) iria sentir algo do género.Era frio depender de alguem,era feia a dor que "outros" nos podiam causar.Demasiado livre para me prender,demasiado rebelde para o deixar.
Sou uma fraca.
Apaixonei-me pelas minhas fraquezas,sou uma frágil sem remédio.Os meus sonhos,a minha rotina,a minha vida e o meu mundo tornaram-se uma dependencia.Sou uma amorodependente compulsiva,por uma unica droga.Sei a origem dela e não a quero matar,vivo feliz por consumi-la.
Não há um unico dia que não sinta a falta dele,um unico sitio ou pessoa com quem consiga estar sem me lembrar que "ele" existe.A vida é vingativa.Estou a pagar com juros tudo o que disse,todas as máscaras que usei.Não sei se há quem acredite nisto,mas chego a sentir dor física por não consumir.Não sei ao certo onde,no peito,na cabeça,nas mãos,nos lábios,na garganta,nas ancas,no cabelo!Loucura...Apaixonada pela dor e consumida pelo vício.
E todos estes sítios do meu corpo e mais alguns até ao sangue que me corre nas veias,me fazem lembrar dele.
Os meus sonhos...Pelo precipicio caíram.
Neste momento só me restam 2.
O primeiro é que voltes,
O segundo,é poder acordar um dia,um só dia,e pensar:

"Ontem não me lembrei de ti,uma unica vez.A primeira vez.O primeiro dia.E hoje quero voltar a sonhar."

7 meses.

segunda-feira, junho 04, 2007

Smoking shadows