Diário de uma Paixão

quarta-feira, outubro 27, 2004

Morning star

I
Estava dentro daquela sala como se protegida por uma bolha. Não pertencia àquele mundo, a matéria parecia-lhe de outra dimensão. Dentro da sua cabeça, dançavam as musicas de AFI que lhe tinham mandado no dia anterior. Ao olhar em volta, não via uma unica alma que a pudesse compreender...Talvez fossem demasiado superficiais para penetrar no seu mundo, talvez o problema não residisse nos outros, mas nela mesma por ser demasiado profunda e complexa.
Todos interessados no assunto, nos numeros, nas incógnitas...para ela era irritante aquele interesse superficial, incomodava-a. E escondida, dentro da sua bolha, sorria como se tudo aquilo lhe fosse distante, como se não pertencesse ao mundo real. Cada vez mais tem essa certeza, não pertence a tal mundo.
Sai da aula em modo de deambulação, caminhando sem destino,ao mesmo tempo que a multidão corre. Ela, calma,serena, pisa suavemente a calçada, na esperança de alcançar algo, que nem sonha o que é. Decide então ir para o unico local onde a sua alma sossega, a praia.
Senta-se na areia, ainda humida do mau tempo da noite anterior, e reflecte. Vazia dos problemas que a esperam em casa, é abordada por um rapaz, que humildemente lhe pede um cigarro, em tom de sedução. A doce e frégil rapariga, lá lhe cede ao pedido, soltando um timido mas sincero sorriso. O rapaz agradece igualmente com um sorriso, e afasta-se, deixando-a pensativa. Lembrou-se de alguem...e agora?Perturbada por ter perdido a tão afável sensação de vazio, ela levanta-se lentamente, como se nada mais houvesse à sua volta, fugindo disfarçadamente dos seus fantasmas, tão presentes.
A maré baixa deixa ao descoberto conchas e pedrinhas, que vai apanhando e atirando ao mar, talvez na esperança que regressem, como boomerangues.
Sente medo. Tem medo do que a espera, quer desesperadamente chegar a casa e aliviar-se, ao perceber que tudo o que lá deixou de manhã, lá permanece à sua espera, agora que a escuridão começa a cair sobre a realidade.
No autocarro, observa atentamente as pessoas, as ruas, as coisas, e pensa se haverá alguem que a compreenda no infinito de todo aquele mundo superficial.
Ao chegar a casa, o silencio e a mágoa que se respiram, são insuportáveis,ninguem lhe dirige palavra. Decide-se então pelo óbvio e dirige-se ao seu quarto, onde carinhosamente mantém vivo o seu mundo e um certo espirito cor-de-luz. Fecha a porta e prepara-se para penetrar noutra dimensão, pensando no que sente, no que sentiu...naquilo que poderia ter sentido.

segunda-feira, outubro 25, 2004

A minha insónia.

Desolada, abracei a almofada e fechei os olhos...deles escorreu uma timida lágrima cansada que pouca força teve para se deixar caír. Pois eu, sinto-me assim, cansada, tão cansada que nem ao menos tenho força para cair, nem ao menos para cair...
Como a chama da vela que acendi esta noite para minha companhia, estou a extinguir-me aos poucos, a minha alma vai-se apagando, e eu já nada posso fazer contra, para evitar dor.
Anseio desesperadamente por um alívio fiel, um descanço que venha acalmar os meus fantasmas,que atordoando o meu espirito, teimam em ficar.
A lágrima evapora-se sem porquê, os olhos aos poucos se abrem, surpresos e exaustos, já é dia, e os fantasmas com a lua se foram...mas uma coisa permanece:a tua ausência.
A tormenta chega assim a um fim,mesmo k breve, a vela essa, continua no mesmo lugar, fiel companheira de insónia, já sem luz, prepara-se para se despedir até mais uma destas noites de tortura em que me afogo em sonhos, no mundo surreal que a almofada me oferece.
Lá, sei que estás sempre presente e nunca me abandonas, sinto-me segura, protegida, eterna...Como a tua presença na minha memória...eterna.

thanks for the comments*

Dedico este post inteiramente às 2 pessoas que comentaram os meus textos e para dar algumas respostas,porque tenho a perfeita noção que ás vezes sou demasiado confusa.
Em primeiro lugar, estou muito contente pelo comment do meu amigo Vasco, que não se limitou a dar a sua opinião, mas deixou tambem as suas duvidas em relação ao que escrevo.
Devo dizer que sou uma pessoa demasiado lamechas e romantica, mas que para sentir algo forte só mesmo quando penso em alguem especial, por muito insignificante que essa pessoa pareça na minha vida, e sim...escrevo sempre com um destinatário.Até porque seria muito complicado escrever textos profundos sem sentir algo forte por ninguem. Por vezes escrevo apenas para me confortar quando sinto que estou só ou carente(praticamente todos os dias),mas a maior parte das vezes as emoções são provenientes do exterior,logo provenientes de pessoas que de alguma forma influenciaram a minha vida nesse momento,mesmo que por breves instantes.
Raramente uma pessoa que influenciou a minha vida de forma intensa,isto é,que me faça escrever,deixa de ter significado,talvez seja essa a razão para a minha insegurança e muitos dos meus medos em me aproximar de alguem,tenho medo de não fazerem o mesmo comigo.E sim, sei que sou egoísta ao querer que se aproximem de mim,quando frequentemente me afasto...enfim..ninguem é perfeito,e eu estou a km luz de o ser.
Escolhi Fernando Pessoa, porque admiro a forma como consegue ser mais que uma pessoa num mundo surreal elaborado por ele próprio,e mesmo assim consegue escrever de pés assentes na terra..numa realidade comum.Eu cada vez me afasto mais deste mundo real,tenho noção que não pertenço a nada em que era suposto acreditar...e vou saindo aos poucos,vou deixando o meu ser morrer,para me concentrar somente neste mundo,onde me afogo sem me magoar...o meu alivio quando escrevo.

ok fui confusa eu sei......mas ao menos fui eu mesma, é a minha forma de agradecer os comments e agradecer a quem ainda tem paciencia para vir ler os meus pensamentos(já nem eu tenho) utilizando a minha mais profunda sinceridade.
brigado Vasco, brigado Dragon****

terça-feira, outubro 19, 2004

Sleeping with ghosts...

Acordei a meio da noite algo assustada. Percebi que sonhava, era estranho não estares comigo, era estranho não poder voar para ir ter contigo. Será que existes mesmo? Ou és apenas fruto da minha imaginação mais secreta?
Tenho medo.Tenho medo que para além de ter sido tudo sonho, tu não existas, ou, simplesmente ainda não te tenha encontrado. E isso sim, é o que realmente me preocupa, que ainda não nos tenhamos cruzado. Não me percas...vem rápido.

Dormia enquanto tu, simplesmente existias e nada me dizias.
Se soubesse da tua existencia jamais teria fechado os olhos.Será tarde? Só tu me podes dizer, imploro uma resposta, saberá um anjo tão puro da existencia de uma pecadora?Claro que não. Pois não desisto! Vou voar, subir aos céus o melhor que possa para que me vejas, para que saibas que uma pecadora também pode amar.
E assim pequei novamente, e por isso peço perdão, mas não me arrependo. Desencaminhei um anjo, um anjo que esta noite me acordou, de um sono eterno infeliz.

Dormia..

Dormia

Conversas...Pessoas que nos inspiram...

Era capaz de ali ficar a noite inteira. Por entre perguntas existenciais sem resposta, aos poucos fazias-me conhecer-te, aos poucos conhecias o mais profundo de mim. Os dois confusos e carentes, queremos ser algo, algo que apenas Fernando Pessoa conseguiria explicar, algo que nem nós sabemos o que é. As arestas do cubo ferem-nos o orgulho, sangrando permanentemente, e doi. Vislumbres daquilo que fomos, vislumbres daquilo que somos, vislumbres de algo que poderiamos ter sido, e vês-te perdido, sinto-me semelhante. Perdida num corpo que me é estranho, perdida numa alma que já não conheço, talvez nunca tenha conhecido, perdida em mim mesma, como se mergulhada num labirinto.

"A minha vida é como se me batessem com ela"
Fernando Pessoa

Dois problemas, duas situações, duas pessoas que se encontram num eixo de deambulação.
A mim doi-me olhar para trás, a ti ainda não sei o que doi...mas sofres. Corro em teu auxilio na esperança de te abrires, corro na esperança de te entender para que assim o nosso sentimento seja mutuo. Estimular-te ao ponto de me quereres todos os dias, estimular-te ao ponto de te ser indispensável.
Desejo sarar-te as feridas provocadas pelas arestas do cubo, ajudar-te a alcançar o fim que tanto veneras. Eu, apenas venero que me entendas, que compreendas o que sofro, que me atenues a dor e as lágrimas, que desenvolvas a minha escondida capacidade de viver, sei que ainda a tenho, não sei porquê, não sei bem onde...mas ela cá vai permanecendo.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Beijo profundo...

Escrevi este texto numa aula de i.d.e.s(introdução ao desenvolvimento económico e social), num momento de deambulação interior. Talvez o facto de estar ali completamente sem vontade me tenha ajudado a concentrar, não é um texto comum, pelo menos para mim, não é propriamente o meu estilo, ainda assim penso que é bom variar, talvez por isso ahei que o devia postar. Aqui vai:

Não queiras amor, vender-me aos ventos com actos e promessas. Não queiras fazer de mim objecto, não sou quem possas tu enfeitiçar com insignificancias.
Dá-me apenas um beijo, o mais profundo que possas, para acalmar meus receios. Mostra-me com um simples beijo que jamais me deixarás.
Toca-me intensamente ao de leve, para que saiba que te tenho, abraça-me enfim, quando já nada posso fazer contra, abraça-me quando estiver rendida aos teus encantos.
Quando ceder ao teu feitiço, abandona-me então, para que saiba que a perfeição não existe, deixa-me só, para que conheça de perto a dor e o sofrimento, pois só assim, convicta poderei dizer:Eu amo-te.
2004-10-11

segunda-feira, outubro 11, 2004

Sorrisos..how they can light up a bad day

Estranho como um siples sorriso consegue iluminar tudo o que parecia escuridão, não consigo explicar, posso apenas dizer que escrevi a alguém num momento bonito, do qual nunca me vou conseguir esquecer.É um texto especial,não pela qualidade em si,até porque é bastante simples e directo, mas porque tem valor sentimental e se a toda a gente.Espero que vos toque como me toca a mim,mesmo tendo sido eu a escreve-lo.
O teu sorriso
Faz sol num dia de inverno, abriga quem tem frio, ilumina tudo em seu redor, como por magia.
Foi ao ver a tua foto e esse teu inconfundivel sorriso que mudei o rumo da minha vida. Jurei aos quatro ventos que jamais iria chorar! Ao ver o teu sorriso. Perguntei a mim mesma se ainda tinha razões para chorar e obtive a mais simples resposta: sim. Não é meu, não é meu esse sorriso...
Como por feitiço, já não vivo, não vivo desde que dei de caras com esse teu mágico sorriso, agora só me resta sobreviver, alimentando-me e matando a sede nesse teu sorriso, por onde respiro.
Brilha além fronteiras, como o pôr do sol no horizonte. Repara, se olhares directamente para o sol sentes-te encandeado, e o pôr do sol? O que sentes tu ao vê-lo? Talvez para ti, o pôr do sol não seja nada, pois tenho a certeza de que nunca encontraste ou irás encontrar um sorriso como o teu, que ilumina a vida de quem te observa, atentamente, à espera que o mostres para sorrir também.
No momento em que abres cuidadosamente os lábios e fechas deliciosamente os olhos, é quando me perco e evaporo, na esperança que dure para sempre, no forte desejo, que o teu sorriso seja eterno. É isso! É isso mesmo! Finalmente consigo explicar o que sinto ao ver-te sorrir, e é tão simples...
Quando sorris tudo pára como se o mundo inteiro convivesse em câmara lenta, como se num momento, um momento apenas, toda a minha vida passasse de repente, num ápice, como se fossemos imortais, alcançando a eternidade, no teu sorriso.
O pôr do sol de qualquer hora, é isso que tens no teu sorriso, um brilho natural e viciante, que me faz ligar o computador todos os dias e todas as noites, na busca de um cenário mágico, sobrenatural que me permita sonhar só mais uma vez...feiticeiro...
forever deep, vossa:

domingo, outubro 10, 2004

Deep me, hard to see...

Pois é, mais vale tarde que nunca, aqui estou eu a expor a minha intimidade(confesso que não é normal), devo estar num dia lamexas...De qualquer forma quero que saibam que não sou daquelas pessoas que raramente escrevem,aliás, escrever é o que mais gosto de fazer na vida, portanto começem a habituar-se porque concerteza vou escrever diariamente.
Não espero agradar a toda a gente, até porque somos todos diferentes, e nem toda a gente tem paxorra para ler os meus textos lamexas, por isso tenho que agradecer aos meus amigos mais próximos, que me têm ajudado neste periodo dificil da minha vida, particularmente lamexas.
Tenho certeza de que vão ser clientes assiduos do meu blog, por isso dedico a eles esta apresentação desastrosa, para que saibam que os adoro mesmo não tendo coragem para lhes dizer pessoalmente. Este é outro aspecto negativo da minha pessoa(entre mts outros), é que não consigo exprimir os meus sentimentos da maneira que gostaria.
Queria também agradecer aos meus mestres, perdidos_na_vida, que sem saber me têm ajudado a ultrapassar estes maus momentos que teimam em não sair da minha vida.Aqui deixo a dica http://photoblog.be/perdidos_na_vida/
Não se deixem levar pelas imagens(algumas pouco decentes,eu sei), o que se esconde no interior de cada um deles é algo muito especial.
Quero agradecer tambem o apoio do meu "idolo", cujo blog me inspira todos os dias para mais um momento dificil, cuja pessoa admiro de forma quase fanática(LOL),e por isso peço desculpa, porque sei que às vezes não sou fácil de aturar, e ele tem uma paciencia de santo para os meus desatinos. Aconselho vivamente(lá estou eu a fazer propaganda outra vez)a visitarem http://loveissuicide.blogdrive.com/ não se vão arrepender.
Devem estar a pensar no que é que esta maluca vai aqui postar, e eu digo, textos lamexas, é o que sei fazer melhor, sou uma romantica assumida e tenho noção que vou fazer deste blog uma espécie de diário para os meus pensamentos mais intimos.
Para explicar o que está escrito lá em cima posso adiantar que é a minha musica favorita, que ouço quando preciso de apoio e quando me sinto mais carente. Se quiserem saber mais alguma coisa deixem um comment, nem que seja para me deixarem contente =P
Chega de apresentação, quero começar a postar os meus textos e espero que gostem.
P.S. não aconselhavel a pessoas com depressões, depois não digam que eu não avisei!=P
Forever deep, vossa:

um sonho...contigo...

Não dormi. Talvez na esperança de te alcançar em sonhos, acabei por não fechar os olhos 5 minutos seguidos.Incrivel, como ás vezes me subestimo, lutei, insisti e acabei por chegar a ti na minha alma perdida, d'outro mundo. Como é possivel uma pessoa preferir o mundo do sonho? Um mundo surreal? Infelizmente ainda não tenho poder suficiente para te conseguir explicar, só te posso dizer que doi, e isto sim, posso explicar claramente, mesmo que não me queiras ouvir, porque eu estarei aqui, neste mundo real, abraçada a esta dor, insuportavelmente real.
Os meus olhos ardem como chagas, como árvores queimadas, e as minhas mãos, essas, já pouca força têm para te escrever. A fraqueza é tão grande que já não vejo letras, mas riscos, a minha cabeça ressacada espera ansiosamente uma resposta, e mais do que isso, espera um sentimento em troca, que me ofereça um segundo que seja de força.
Chorei. Chorei porque acordei e era tudo um sonho, e ainda assim posso explicar ao pormenor o teu beijo quente e doce, surrealmente. Dei por mim num leito perfeito, macio, como se coberto de plumas, e doce como mel. Dou por mim a achar grandes de mais os dias, e as noites, essas, desaparecem num ápice e com elas levam-te a ti, a razão por que fecho os olhos todas as noites. E na minha memória procuro um pedaço da noite anterior, para que assim, uma nova noite possa começar, a teu lado, no leito perfeito.
E choro. Choro todos os dias a tua ausência, choro todas as noites a tua mágica e breve presença, e só, enrolada nos lençois, procuro-te na ânsia de te ter mais uma vez, na esperança de poder tocar a tua pele e os teus lábios, que me dão energia para continuar, mais um dia, à espera de mais uma noite, em que os teus lábios quentes, tocam os meus, mais uma noite, só mais uma noite...

Carta

Sinto-me só, infelizmente, por muita gente que tenha à minha volta, contínuo assim, desesperadamente só.
Tudo isto culpa tua, sacana! Passo o dia inteiro a olhar para ti, aquele que me faz sentir só, e triste penso:
---Meu Deus! Como eu te queria "roubar" só para mim...
Infelizmente não posso, não queres, não queres ser meu. Não queres ser de ninguém, és um bocado como eu, mas eu, quero ser tua, de mais ninguém, mas tua.
Jamais serei independente, é uma certeza que tenho, à anos, desde que te vejo assim, desesperada, pensando que o meu coração, ou seja lá o que for que me faz sentir esta antítese de dor e prazer, de sorrisos e lágrimas, não resistirá.
Fazes-me sentir tão mal, e tão bem, consegues fazer-me mal só de não olhares para mim, fazes-me sentir a pessoa mais afortunada do universo, apenas e só, por me dizeres bom dia.
Sentes-me outra, e vejo-me outra, vês-me rosa eu vejo-me azul, vês-me céu e eu sinto-me nuvem, e tudo isto é tão egoísta, tão injusto...Quero-te mais que a toda a riqueza e fortuna que alguma vez poderá existir. Tenho uma doença incurável e em vez de procurar cura, recuso-me a tratamentos, qualquer tipo de medicação, tenho "nojo" dos médicos e os hospitais provocam-me vómitos. É uma doença arrebatadora e egoísta, física e psicológica. Já não consigo pensar em quem me ama, só em ti, quem eu amo. Quero lá saber se gostas ou não, Deus! Quero-te só para mim!
Aneis negros, nos quais me enforco, olhos negros profundos, onde me afogo, como se de um poço se tratasse, desejo-vos como um pássaro deseja o céu! Mas no fim, aqui, enfim, de nada vale o meu sentimento, a minha dor, a rio algum chegam as minhas lágrimas.
Os meus olhos, esses, permanecem fechados, à espera que chegues para se abrirem.
Ontém morri, tu não vieste, e os meus olhos fechados se mantiveram para a vida o dia inteiro, como janelas cerradas em dia de tempestade.
Hoje, todo o mundo se abriu novamente, como se dentro de mim, as janelas estivessem todas abertas, permitindo a toda a luz da tua graça penetrar no meu espaço íntimo, tão vazio, tão só.
O amanhã tão incerto, surge-me como um medo, um receio fugitivo que me ocorre todos os dias da semana, do mês, do ano, do século que virá (se eu aguentar tal dor) e da infinita imortalidade onde terá sempre casa, o meu amor.
Amanhã, hoje, ontém, seja lá o dia em que for, se estiver destinado viver mais que tu, recuso! Deixem-me ir embora antes de ti, para assim, ter sempre na memória o teu rosto, e o dia, e a noite, em que dançava na minha alma a tua existência.
Sinto-me moribunda, só, triste, sem ti.E isto diz tudo.
Para: alguém