Diário de uma Paixão

quinta-feira, agosto 31, 2006

Se o Sol nascer...

Uma noite disseste-me que gostavas que o Sol não nascesse um dia.Que acordasses,e que a luz não raiasse,o porquê não disseste.Não precisei de perguntar para sabê-lo,sentia.Sempre mantivemos um contacto especial,algo mágico,embora nunca nos tenhamos visto ou tocado,houve mais que isso.Não acredito em telepatia,mas tambem não acredito em coincidencias.Acredito nos momentos em que me fazes sorrir e acreditar que sou capaz,que o mundo é mau sim,que tem muito de negro,mas que no fundo dos fundos,sou especial,sou diferente do resto,tal como tu.Acredito num futuro em que terás filhos e eles vão saber dar o valor a um sorriso,mais do que a um brinquedo.Acredito no dia em que nos vamos tocar e todas as palavras serão desnecessarias,insuficientes,feias,para descrever o que existe entre nós.Não é uma atracção,é uma ligação,é como se tivessemos sido separados à nascença,no momento exacto e preciso em que necessitamos um do outro,estamos lá.E abrimos os dois a janela ao mesmo tempo perguntando,"como é isto possível?",porque o é,é magia.Eu acredito em magia,acredito que este texto não faz sentido nem está de todo bem escrito.Às 6:18 da manhã sem dormir,sem nicotina,sem objectivo para algo fazer quando acordar,até eu acredito que seja capaz de escrever melhor que isto.Desiludo-me a mim mesma pela arte,mas tinha de guardar este momento nas palavras que me ocorrem.Hoje senti uma ligação extra sensorial,fora de mundos,com alguem especial.O meu mestre,a pessoa que eu admiro como espirito e corpo neste mundo.A pessoa que me dá esperanças e me as tira quando necessario.Por isso hoje perguntaste,"e se um dia acordarmos e o Sol não nascer?",eu respondo-te como posso:

Se o Sol nascer...é apenas mais um dia.

segunda-feira, agosto 28, 2006

O gelo dos dias

Os dias vão passando como que folhinhas magras e frágeis de calendários de secretária.Cada dia marca um grau descido na minha temperatura corporal,dizem que os mortos são gelados,dizem que no momento da nossa morte o corpo que ali está perde exactamente 21 gramas.Eu anseio o gelo e a leveza do ser por cada grau que perco.Sou eu que os perco,sou eu que os ganho,sou eu que sei,fracassei ao nascer e tornar-me gente.Os dias são assim o meu sossego de alma ainda que moribunda,existente.Por cada um vou-me apaixonando como uma menina de tenra idade se apaixona por personagens de banda desenhada,a cada página uma nova história de amor.São eles que me trarão o descanso da terra ou do céu,são eles que me vão abraçar quando cair pela ultima vez no chão frio deste mundo injusto.
Eles passam como carros desenfreados de adrenalina na auto-estrada em frente da janela do meu quarto,como se algo os perseguisse.Sou eu que fujo das pessoas,das paisagens,dos beijos,do calor terno de quem nos quer.
Anseio pelo descanso que me vão trazer,não demorem,estou cansada de lutar contra o calor,e a cada dia que passa se torna mais doloroso aguentar este cubo de gelo a que chamam coração.Eles passam e eu,orgulhosa,passo com eles

Eu sou a que anseio pela morte dos dias,no gelo que me trazem em seu ventre.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Ultimas palavras

Estou cega de ti.Não,cega por ti como estavamos habituados a ver.É isso mesmo,amor,não te verei mais.Pelo menos por minha livre vontade,não mais vais ver estes olhos que tanto te quiseram tocar e não podiam.O vento acalmou é verdade,talvez porque as nuvens não têm estado em casa,e como se costuma dizer "coração que não vê,coração que não sente."
Ouvi dizer que me fazias mal,não me lembro de quem disse,mas lembro que era verdade.Nunca tiveste intenção de o fazer,bem o sei,mas cortaste o pouco que ainda havia a cortar deste coração doente.Fizeste chorar a carne que há tanto se controlava para não sangrar.Para quê metaforas quando podemos usar a realidade para exprimir o que sentimos?Aposto que te perguntas,dizendo que isto não faz sentido,como poderá a minha carne chorar,ou como poderá o vento sentir a ausencia das nuvens.Pois não tenho resposta,amor meu,tudo fiz para que me notasses,tudo fiz para que as minhas insónias substituissem os sonhos que tenho acordada e os pesadelos que tenho quando durmo.Vivo a dormir,tu sabes bem que sim.Quando se tem insónias,nunca se está completamente acordado,nunca se está completamente a dormir.Eu sou aquela que não te interrompe o sono,que te ocupou algumas horas de sol,e que provavelmente no ínicio até irás sentir falta.Eu sou a que te amou sem que soubesses para não te perder.Sou a que te diz adeus sem que ouças,a que te beija sem tocar,a que te deseja como se não houvesse mundo.Doi-me mais não mais saber se estarás bem,do que a ausencia fisica tua na minha presença.Acho que disse tudo o que queria,estou cega de ti,não mais por ti.Cega porque nunca mais os meus olhos vão tocar os teus ou o que quer que te pertença.

Um dia prometi a mim mesma afastar-me de tudo o que me provoca dor,orgulho-me por consegui-lo,agora.
"Mais vale tarde que nunca"

segunda-feira, agosto 21, 2006

A cascata do meu amor

Sentada num por de sol melancolico ouvia o som da àgua,das pedras,das folhas,naquela floresta longe do mundo real.À medida que sentia a àgua escorrer e os seus pingos brilhantes tocarem as rochas,lágrimas flutuavam-me no rosto como por magia,não compreendia porquê,mas faltava-me algo.O esforço que fazia a respirar era por vezes custoso,e a dor...Aquela dor que sentia no peito,o que seria?O que escorria junto daquela àgua?
És o amor da minha vida e eu atiro-te ao vento como areia,para que estejas sempre no ar que respiro.Não foste,não és e nunca vais ser meu.Eu apenas resguardo aquilo que queria para mim,aquilo que queria sentir dentro de mim,e que dolorosamente sinto exterior como o pó que me entra nos olhos e me trespassa as mãos todos os dias.Se algum dia disser "Amo-te" a alguem que não tu,estou a enganar-me a mim mesma e ao que ainda considero Vida.Fiz o sacrificio mais sincero que podia fazer,como prova desse mesmo amor.Fazer um sacrificio e não te dar a entender que foi.Hoje pela primeira vez senti que gostavas de alguem que não eu,não que algum dia tenha sentido que gostavas de mim,mas doeu como se me ferissem.Porem,ao ver-te de mão dada com tal sofrimento,ajudei-te.Dei-te a minha propria mão,a minha força,e a mentira que o fazia apenas por amizade e preocupação.Disseste-me como que agradecido "Quem diria que algum dia iria ter uma conversa destas contigo.Obrigado." e eu disse "Não." dei-te um beijo e retirei-me para te dar espaço.Doi-me o corpo e a alma mais do que algum dia senti na vida,senti todos os meus sonhos e esperanças escorrerem em tinta negra por uma cascata imaginaria,mas contive as minhas lágrimas como uma boa actriz,e fui embora.
Aquele cenário maravilhoso e obscuro existia apenas na minha cabeça,era o local onde me refugiava normalmente do mundo e da vida.Ali não respirava,o meu coração não batia,limitava-se a existir.Não havia dor ou saudade.Era a terra dos sonhos que tinha construído para minha defesa interior,a sua porta eram os meus olhos.O amor acabou com tudo,as esperanças e os sonhos,o coração que apenas batia por ti,acabaram por matar o unico mundo cor-de-rosa que me restava.
E eu permaneci ali sentada,a olhar,triste,toda aquela tinta negra que corria para a àgua sem que a pudesse segurar,e a areia que esvoaçava pelo ar...Eras tu que me fugias,meu amor.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Não consigo,é Ele.

Odeio-me a mim mesma por não conseguir ir contra a minha vontade.Vou acabar esta jornada sozinha como mereço pelo mal que faço.Vou sentir saudades quando já não me convidares para beber café e para vires buscar-me pura e simplesmente porque tens saudades.Sei que sim,tenho a certeza,mas por enquanto não consigo.Sou tão fraca que sei se te tiver perto,não resisto,vou acabar por afogar-te em desculpas infindaveis para o meu mau humor,e afundar-te em mimos para que te agarres a mim,e depois quando já não precisar mais,quando já não estiveres ao meu lado vou desprezar-te,como se nada tivesses significado.Compreende,por favor,que não faço por mal em dizer "não",compreende que não consigo controlar o meu coração como uma bussola viciada,compreende que estou mais perdida que ela propria,e para me encontrar necessito que me deixes.Esperar?Não.Sei que não tenho o direito de o pedir,até porque és precioso demais para tal,mas posso pedir-te e peço que te afastes e não insistas como costumavas,pois não irá resultar bem.Não consigo,sou fraca e egoísta,vou acabar sozinha neste quarto que me engole a cada vez que me queres salvar.Ele?(sorriso)Ele é ele.Não tenho palavras sequer para descrever a sua ingenuidade,a forma pura como vê o mundo e as pessoas.Oh como eu gostava que ele me olhasse a cor-de-rosa.Afasta-te de mim ou sofrerás,e desculpa-me por ser fraca e não conseguir mudar o que quero,mas neste momento só há um motivo que me faz sair da cama todos os dias,e só há um motivo para que os meus sujos e indecentes pulmões ainda respirem.Não consigo,desculpa-me,mas esse motivo é Ele.

domingo, agosto 13, 2006

Sei

Só sei o que amo,quando o perco.Só sei o que quero,quando me é impossível tê-lo.Não sei o que amo,porque na verdade só quero amar.Não sei o que quero,porque nunca ninguem me quis.Sei que o céu é cinzento,porque quando está azul,eu me sinto infeliz.Sei que a minha cara é pálida e gélida como a de uma princesa de conto de fadas,porque não a conheço.Não sei quem sou,porque me escondo como uma borboleta na erva fresca,nas ondas do meu cabelo.Não sei se o mundo é cor-de-rosa,porque nunca lhe abri os meus medrosos olhos.A àgua é transparente e eu sei que sim,porque nunca tive medo de a beijar.As minhas mãos são quentes,porque sei que não são puras.As minhas unhas são rosadas,porque são inocentes.O meu sorriso é lindo,porque é falso.Os meus olhos são bonitos,porque existem.Não sei o que amo,porque quando amo não sei o que faço.Não sei se sei,porque me quero esquecer que não sei.O céu é azul,o mundo é cinzento,as minhas mãos são brancas,não sei de que cor sou mas sei que as ondas do meu cabelo,são doces.São da cor do chocolate.

sexta-feira, agosto 11, 2006

A menina de vidro

Era uma vez uma menina de cidade,que toda a vida desejou ser transparente,para poder passear-se por entre as pessoas no meio da rua,e dançar à luz do dia como se fosse noite.Assim,transformava o Sol em Lua e os seus sonhos em realidade,roubaria os pensamentos das pessoas,como aquela velhinha que escrevia cadernos sem conta no café da sua rua,e que ela,curiosa sempre quis saber o que diziam.Se fosse transparente,poderia descobrir os segredos da senhora,e assim ajuda-la,ou simplesmente matar a sua curiosidade.
Um dia,a menina foi dormir e sonhou como nunca havia sonhado antes,sonhou que finalmente todo o seu corpo basso de vidro riscado seria transparente,tão limpo e brilhante que quando passava,mesmo não a vendo as pessoas ficavam felizes.A velhinha do café rasgou os seus cadernos e sorriu,nunca a tinham visto sorrir em anos,apesar de não saberem de onde vinha,toda a gente sabia que era uma senhora inteligente mas sofrida,tinha eventualmente vivido uma vida de mágoa,ou algo lhe tinha acontecido que a havia magoado.A menina tinha passado a vida inteira à espera deste momento,não queria mais acordar,fez trinta por uma linha para se manter dentro deste sonho surrealista e conseguiu.Era a sua vida,ninguem a via,ninguem lhe tocava,mas ela à sua maneira tocava toda a gente,trouxe luz a uma cidade onde se vivia na sombra.À medida que o tempo foi passando a menina apercebeu-se que não era feliz,apesar de trazer a felicidade a toda a gente,ninguem a via,ninguem lhe dava valor,ninguem conseguia fazer o que ela conseguia,e tornou-se infeliz.O seu brilho foi desaparecendo aos poucos,o seu vidro cristalino e transparente foi substituido por um vidro basso e negro,do qual todos aqueles que ela tinha ajudado fugiam.Infeliz e aparte de toda a doçura que outrora trouxe ao mundo,a menina escondeu-se na floresta e decidiu que nunca mais alguem a iria ver,pediu a Deus,aos anjos,e qualquer coisa divina que a fizesse acordar,mas não conseguia,ninguem a ajudava.Após tanto tempo a tentar descobrir o porquê,de ninguem a ajudar,já que a tinham ajudado a entrar neste sonho,alcançou uma grande verdade a que jamais noutras circunstancias teria chegado.Por muito que a vida parecesse injusta,por muito que lhe custasse ver a senhora do café infeliz,por muito que não pudesse fazer muito para eliminar o sofrimento dos outros,por muito que não conseguisse ver pensamentos,ela era real.Todos podiam toca-la,podiam beija-la,podiam dizer-lhe "obrigado" quando ela oferecia o ombro para que chorassem.Agora não,tinha perdido isso tudo para trazer felicidade a uma gente que nem lhe agradeceu,tinha-se perdido daquilo que a fazia feliz para poder dar aos outros a oportunidade de ver luz.

--Acorde menina,está bem?

--Olá... - Dizia a menina um pouco tonta ao olhar o empregado do café.

--Quer que lhe traga um suminho?Está tão pálida que até assusta.

A menina não disse mais uma palavra,tinha acordado,tinha voltado à cidade de sombra onde vivia mas onde conseguia ser vista,onde até o empregado do café reparava quando estava pálida,não era mais a menina de vidro,vestia um vestido azul cor de céu e levava uma fita branca cor de nuvem no cabelo,sorriu como nunca tinha sorrido em toda a sua pequenina e frágil vida.Levantou-se e aproximou-se da velhinha,nunca lhe tinha falado com receio do seu ar concentrado e triste,por vezes até zangado,com a vida talvez.A verdade é que nem "boa tarde" alguem lhe havia dito,a menina sentou-se subtilmente ao lado dela e perguntou:

--O que tanto escreve nesses cadernos?

A senhora ao medo,com um ar algo surpreendido pela presença angelical da menina respondeu sorrindo:

--Um mundo que já não posso ter.

Todos os dias à mesma hora a menina aparecia no café e sentava-se na mesa na senhora,era a unica pessoa que conseguia trazer um sorriso àquela senhora de idade já de face enrugada.Ficou a saber que a senhora havia tido uma filha como ela,uma menina branquinha como a neve que sonhava em trazer um sorriso ao mundo inteiro.E que a tinha perdido por culpa de uma doença muito má,que não explicou porque segundo ela,"ainda és muito pequenina para entender".Ao ganharem empatia tornaram-se quase dois seres fora do mundo real daquele café de cidade,faziam perguntas uma à outra que não queriam responder,então,arranjavam sempre solução para se escaparem do que fugiam.

--Diz-me,que queres ser quando fores grande?
--Quero um mundo que já não posso ter.

Fim.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Cries in vain

segunda-feira, agosto 07, 2006

Dia 8 - Demasiada calma

Querida Joana,

Farta de não fazer nada.Porem quando tenho algo para fazer evito,sou parva.Sexta-feira tive uma visão de que a minha vida ia voltar a ter uma normalidade estavel.Sabes aquela rotina,estares com alguem,ires para casa,tentar arranjar trabalho,começar as aulas...Mas ando a evitar não sei porquê.Acho que já não estou habituada a acordar todos os dias à espera de uma rotina "normal".Não sei se quero se não quero ou se ando a fugir com medo de me magoar.Ou magoar alguem por falta de certezas,será?
É estupido quando se tem certeza de algo,e se está mais perto de fazer aquilo de que não se tem certeza.Mas é mais fácil assim,sempre foi.Lembras-te do Pedro?Eu podia ter tido ali uma estabilidade,ainda que por pouco tempo,e não quis.Ainda bem que não,mas por outro lado...não sei.Sinto-me incompleta,acho eu.É tudo uma cambada de "achos" que não me dão certeza para nada.Que raiva!Queria tanto ter certezas das coisas.Queria tanto ter quem me fizesse mudar...Ou estou apenas aborrecida,é capaz de ser isso.Ou não ou não...

Dia 8.

domingo, agosto 06, 2006

Dia 7 - Afinal...

Querida Joana,

Afinal não era.Realmente,cada vez mais tenho noção de que os bons momentos,os mágicos,os especiais,são curtos.Foi bonito,deu-me esperança enquanto durou,infelizmente ou felizmente ficou ali.Naquele curto espaço de tempo que durou 2 vidas.Não estou mal...Lembro-me agora do episódio do Meireles,fiquei pensativa pelo menos,hoje apenas sinto saudades daquele "ontem",não estou triste nem de mau humor,estou a sorrir.Acho que estou a voltar ao normal,estou a voltar a ser a Pinkas,porca.Tive ajuda,mais uma vez tenho de o admitir,mas consegui.Secalhar amanhã será ainda pior que o "ontem" do outro "ontem",mas por enquanto...sinto-me leve.Respiro o Verão que vai passando e o mês que mais odeio,e que começo a superar,Agosto.Faz-me lembrar o tempo horrivel que passei em Ibiza.Ah,lembrei-me agora,vou voltar a estudar,vou à noite para a Polivalente,tentar acabar o 12º,trabalhar de dia,tentar arranjar trabalho,embora saiba o dificil que isso é agora,e a descrença que criei em mim propria de ser capaz de conseguir alcançar alguma coisa.Vai passar,afinal...Passa sempre.

Dia 7.

O poema das fadas

Era capaz de te dar o mundo...
se ao menos isso tivesse eu.
Ia busca-lo la ao fundo,
Só pra teres o que é meu.
Rezei a noite pela tua vinda,
Mas a fada nao me ouviu.
Não vejo pessoa mais linda,
que o principe que me surgiu.
Quem é,perguntas tu,meu amor
E eu escondo nas paredes de um castelo...
Não posso dizer te por terror!
Que nao me deixem mais vê-lo.
E assim é a minha história
de conto de fadas impossivel
Ficará sempre na memoria...
Pois sinto em mim uma força incrivel,
a cada vez que te aproximas,
a cada vez que a mim mimas,
a cada vez que te beijo,
É mais forte o desejo
De te ter só pra mim,
até que a história tenha fim.

De onde vem esta magia?
Pergunto-te eu minha alegria,
que vives nos olhos de um rapaz.
Pudesse eu só livrar te de coisas más..
Por ti eu mudaria.
Não me trates de maneira fria,
És o que faltava no meu espaço vazio,
àquela que sem talento nem brio
vive á espera das horas em que apareces...
Pois meu coraçao nao arrefeces
e por muito que tente nao consigo...
olhar te apenas e só como um amigo.
Desculpa se isto te magoa,
a amizade é uma coisa tao boa..
Mas o que sinto é mais escuro que cor-de-rosa,
não tem lá muito de formosa
mas é o melhor que te posso dar:
a minha sinceridade...
e já que não te posso amar,
ao menos sabes que tens mais..que a minha amizade.

sábado, agosto 05, 2006

Dia 7 - Uma semana,tanta coisa...

Querida Joana,

Tanta coisa aconteceu esta semana,se te contasse tudo nem ias acreditar.Começou com o ser despedida,ficar no zero.E continuou com a subida.Consegui,não sozinha,confesso,tive a preciosa ajuda de alguem muito especial.E tenho de lhe agradecer muito por isso,afastando-me.Tenho tantos medos,até de quando leres isto.Ontem aconteceu-me algo que não acontecia há muito tempo,especial,acho eu.Digo eu.Na volta nem foi,hoje acordei e era como se não tivesse acontecido.
Hoje fui a Cascais com o carochão,fomos beber café com um amigo dele,depois fomos para a praia e estivemos lá a conversar e ouvir musica até ao fim da tarde.Fez-me bem,e todos os dias me faz ainda melhor,é um vicio.Se algum dia o perco perco-me a mim tambem.Não sei se isto é em género de dedicatória,mais a ele que a ti,a quem se dirige a carta.Mas acho que ainda tenho esperança que mesmo fingindo não saber,fingindo não ler,ele leia.Não sei se ao não ter conhecimento destes textos tem a noção do que significa.Talvez não...Talvez.Até amanhã porca,espero que estejas a gostar,ele já me disse que sim.Um sorriso para ti mana.

Maybe.

Dia 7.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Dia 6 - O dilema

Querida Joana,

Um dia vais saber por que escrevi esta carta,decora o dia 6 como sendo o dia em que descobriste o quanto eu gosto de ti.
Fui despedida,estou no zero,sozinha.Mas não me vou repetir,e sei que o dia ainda não acabou,mas até agora foi melhor que ontem pelo menos,era complicado ser pior,e provavelmente ia ser igual se ficasse em casa sem ver ninguem,e ouvir as culpas que a minha mãe para variar me põe em cima.Tu já conheces a história...
Fui sair com o jonka como sabes,quando me vieste falar na net já eu tinha saído,e quando cheguei ele estava com o França.Ri-te.Não tem piada,ou secalhar até tem,mas não gostei dele,pareceu-me arrogante.No entanto fomos beber café ao terrace e o amigo dele que encontramos era simpático,e namora com uma ex colega minha.Enfim...fomos comprar pins,falamos de sobre ir acampar...queria tanto ir,ia-me fazer bem sair daqui.Não decidi grande coisa hoje,mas fez-me bem estar com ele,é sempre aquela vitamina essencial que por muito que me queira afastar não consigo.Vim cedo para casa,vou jantar fora com um rapaz que não conheces,nem eu,secalhar até me vai piorar o dia,mas apetece-me sair,e fazer algo diferente.Apesar de não me apetecer muito vir para casa,vim.Espero que estejas bem,o Jonka disse que estavas doente,espero que não te esqueças aqui da porca,que ela tem muitas saudades tuas.

O dilema...não o posso explicar,mas na verdade até está mais ou menos explicito nesta carta.Desculpa não poder falar mais,mas não consigo.

Dia 6.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Dia 5 - O ínicio do fim

Querida Joana,

Não vou escrever muito hoje.Sabes que quando se pensa que um dia não pode ser pior que certo dia,e que o amanhã é sempre melhor,é porque estamos errados.Tudo pode sempre piorar,melhorar em si já é mais complicado.Voltei ao zero amiga,sem trabalho outra vez.Sinto-me tão mal e nem assim consigo chorar.Foda-se quem me dera andar com o Diogo outra vez só para conseguir chorar tudo de uma vez,depois ele podia deixar-me!Já nem digo coisas com sentido,tudo parece longe do meu alcance,como daquela vez...Mas estou sozinha.Não sei o que vou fazer da vida,não sei o quê mais que ela vai fazer comigo,mas só espero que o amanhã não chegue,já estou preparada para ainda pior que hoje,já não há esperançazinhas de dias melhores.Tenho medo de acordar,adormecer agora era um favor...

"The smell of sunshine,i remember sometimes..."

Lembras-te desta frase?Eu começo a esquecer...

Dia 5.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Dia 4 - A queda

Querida Joana,

Caí.Sabes aquela teoria que costumam dizer "quanto maior a subida maior a queda"?Pois bem,eu caí.Descobri que após o melhor ano da nossa vida vem o pior,e por detrás das coisas boas escondem-se sempre demónios que queremos evitar,e por alguma razão em especial não conseguimos.Quando tudo corre mal é impossivel pensar-se "amanhã será melhor..","pior que isto não há,portanto é só a melhorar agora".É impossivel.E eu sou aquela menina cor-de-rosa sonhadora que acredita que tudo é possivel, até voar.Vazia como as garrafas que deixamos na ultima noite que estive contigo,vazia como a minha carteira,vazia como os meus bolsos de sentimentos,vazia como o meu coração.Juntos tornamos o Nada muito mais significativo.Sinto tanta falta da Joana...Era com ela que normalmente falava destas coisas,e ela com as suas teorias do monstro das bolachas fazia-me rir,sempre.E tu fazes falta aqui,agora,para me dares mimos de irmã,e me fazeres companhia.
Hoje sentei-me naquelas cadeirinhas de shopping ao pé do meu trabalho,tinha uma hora de almoço,ali,sozinha,no meio daquela multidão esfomeada de consumismo,senti-me ainda mais sozinha que aqui no quarto fechada com a minha musica.Descobri que tenho um problema com as pessoas,odeio-as.

Dia 4.

terça-feira, agosto 01, 2006

Dia 3 - O medo

Querida Joana,

Tenho medo de não me aguentar esta semana...são muitos dias seguidos sem folgar,só folgo na próxima segunda-feira e apesar de gostar muito,ando esgotada,e esta semana não vai ser fácil.Não tenho estado com o Jonka,tenho estado cansada e a minha mãe não anda bem,nem saí,aproveitei a folga para descansar.Mas estou melhor...Não ando tão depressiva.Consegui finalmente o trabalho que gosto,estou mais ou menos estabilizada,era isso que eu queria lembras-te?Não quero voltar ao Abril que me desgracei...Não quero voltar a passar pelo mesmo.Apesar de me sentir sozinha,estou melhor assim.Nunca mais vi o Luís,o traficante,e ás vezes vejo o Eduardo mas afasto-me sempre,nunca mais lhe atendi o telefone.É melhor assim,eu sei.
Falei com a Sónia no outro dia,está bem mas está diferente...já não é a Sónia que conhecia."Assentou",está praticamente junta com um rapaz lá da outra margem,está bem mas mais sossegada.Tenho saudades das noites em que iamos aos "corridinhos" em Santos e ela acabava a noite no hospital,por incrivel que pareça.São coisas pequenas que deixam saudades.Espero que estejas bem,que estejas a gostar...nem imaginas o que eu queria estar aí tambem,pode ser que para o ano façamos uma destas viagens juntas.Lembra-te que todos os dias me lembro de ti,afinal és a irmã que eu nunca tive.Amanhã quando vier do trabalho escrevo mais,prometo.

Dia 3.