Diário de uma Paixão

segunda-feira, agosto 21, 2006

A cascata do meu amor

Sentada num por de sol melancolico ouvia o som da àgua,das pedras,das folhas,naquela floresta longe do mundo real.À medida que sentia a àgua escorrer e os seus pingos brilhantes tocarem as rochas,lágrimas flutuavam-me no rosto como por magia,não compreendia porquê,mas faltava-me algo.O esforço que fazia a respirar era por vezes custoso,e a dor...Aquela dor que sentia no peito,o que seria?O que escorria junto daquela àgua?
És o amor da minha vida e eu atiro-te ao vento como areia,para que estejas sempre no ar que respiro.Não foste,não és e nunca vais ser meu.Eu apenas resguardo aquilo que queria para mim,aquilo que queria sentir dentro de mim,e que dolorosamente sinto exterior como o pó que me entra nos olhos e me trespassa as mãos todos os dias.Se algum dia disser "Amo-te" a alguem que não tu,estou a enganar-me a mim mesma e ao que ainda considero Vida.Fiz o sacrificio mais sincero que podia fazer,como prova desse mesmo amor.Fazer um sacrificio e não te dar a entender que foi.Hoje pela primeira vez senti que gostavas de alguem que não eu,não que algum dia tenha sentido que gostavas de mim,mas doeu como se me ferissem.Porem,ao ver-te de mão dada com tal sofrimento,ajudei-te.Dei-te a minha propria mão,a minha força,e a mentira que o fazia apenas por amizade e preocupação.Disseste-me como que agradecido "Quem diria que algum dia iria ter uma conversa destas contigo.Obrigado." e eu disse "Não." dei-te um beijo e retirei-me para te dar espaço.Doi-me o corpo e a alma mais do que algum dia senti na vida,senti todos os meus sonhos e esperanças escorrerem em tinta negra por uma cascata imaginaria,mas contive as minhas lágrimas como uma boa actriz,e fui embora.
Aquele cenário maravilhoso e obscuro existia apenas na minha cabeça,era o local onde me refugiava normalmente do mundo e da vida.Ali não respirava,o meu coração não batia,limitava-se a existir.Não havia dor ou saudade.Era a terra dos sonhos que tinha construído para minha defesa interior,a sua porta eram os meus olhos.O amor acabou com tudo,as esperanças e os sonhos,o coração que apenas batia por ti,acabaram por matar o unico mundo cor-de-rosa que me restava.
E eu permaneci ali sentada,a olhar,triste,toda aquela tinta negra que corria para a àgua sem que a pudesse segurar,e a areia que esvoaçava pelo ar...Eras tu que me fugias,meu amor.

1 Comentários:

  • Às 2:25 da tarde , Blogger faerie disse...

    Adorei tudo...escreves tão bem que me arrastas nos teus sentimentos.
    :)
    Continua...adorei o visual do blog, também.

     

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