Diário de uma Paixão

segunda-feira, maio 26, 2008

11

O tempo é sempre algo relativo.
Eu sinto que na ultima semana aprendi mais que nos ultimos 6 meses.Há tanta coisa que varia...
Sempre escrevi quando me sentia apaixonada.Independentemente do sujeito dessas paixões.Umas vezes era o céu (muitas até),outras o comboio,mais tarde descobri umas quantas no chão,enfim.
Entretanto esqueci-me qual era a sensação de me apaixonar por pessoas.Por acha-las interessantes,estimulantes,familiares...Esqueci-me que havia essa sensação.
Depois descobri que já não era só esquecer-me,era não ter acontecido.Talvez achasse impossivel,sei lá.Sei lá tanta coisa.
Esqueci-me que tambem eu estava sujeita a apaixonar-me e sentir falta da pele de alguem junto à minha a meio da noite.Esqueci-me que podia sentir saudades de um sorriso,mesmo que não o visse há apenas 9 horas.Esqueci-me que podia odiar a barba a arranhar-me o pescoço,e adorar a sensação ao mesmo tempo.Esqueci-me do que era acreditar.
Ainda me rio por não conseguir escrever nada romântico (logo eu!) e por não conseguir parar de passar como album de fotografias,alguns dos momentos que passei na ultima semana.
Não sinto medo,nem me sinto insegura.Não espero resposta quando digo "gosto de ti",digo porque sinto porque quero e porque sim.Isso chega.

Tenho de me habituar à ideia de que não te quero longe,tenho de me habituar à ideia de que me fazes falta,tanta falta.
Quando 1 e 1 são apenas 1.
Nós.

quarta-feira, maio 21, 2008

Ecoponto

As amizades não se mandam para reciclagem.
Estou a apaixonar-me sabias?Serias a primeira pessoa para quem corria a contar se não me tivesses desapontado tanto.
Ias achar piada.Até parece que te ouço dizer "é gajo para ti",mas não ouço.
O silêncio em demasia é perigoso.
A luz nos olhos dele é cor-de-rosa.
A luz nos teus olhos já não a vejo.Como é que te perdeste?
Já não é teimosia,aliás,é burrice.Não combina contigo sinceramente.
E agora?
Agora só gostava de te poder dizer o que sinto,de poder levar com as tuas piadas e com os defeitos que lhe irias por,de poder sentir que se ele me deixasse,tu estarias lá para me dar colo.
Ganhei independencia,não sei até que ponto positivamente.
De uma coisa tenho certeza,e não estou a escrever para sair bonito,estou a escrever porque gostava que crescesses.
...E porque apesar de tudo,e apesar de não o seres,és do meu sangue.

Vem cá,dá-me o teu mundo outra vez...

domingo, maio 18, 2008

Comunicação directa

Estou a tirar-me de mim e é bom.Continuo aqui.
O tempo anda,corre e tropeça.Quantidade não é qualidade.
Tem dias...
Se renovar é viver,eu estou a reciclar-me.
O lençol não tapa o que eu não quero ver,eu posso fugir,o calor fica.
Não é estranho,é diferente.
3 dias.
3 é a conta que deus (?) fez.
O sorriso conta os segredos que os olhos já não escondem.
Eu não quero esconder nada.Não agora.
Se as promessas são palavras vazias sem sentido,não interessa.
Eu não sou religiosa.
Se o emocional fica do lado esquerdo da cama,eu quero estar no meio.
As vitórias e as derrotas não compensam um empate.
...E a balança pende assim para lados iguais.
Se a unica inocência é não pensar,eu quero ser inocente.
Simplesmente.

domingo, maio 11, 2008

Fim-de-semana

Sexta-feira vais dançar,vais levantar chão,vais procurar.
Sábado vais ressacar,ver nuvens passar e encontrar.
Domingo vais regressar,acordar cedo,trabalhar.
São 3,a conta que deus fez (dizem),e aguentar até ao quarto.
Muita dança,muito fumo,muito pó,pouca calma,pouco sono tanta coisa.
Segunda já não sei se vou parar,vais deixar o tempo andar,e o que é bom vai-se arrastar.
As saudades vão voltar,a dor de cabeça vai acordar,vais voltar a sexta-feira.Vais querer Sábado outra vez.
Muita novidade,muito medo,muita conversa,muito estranho tanta coincidencia.
3 dias para fazeres as tuas contas,vale a pena?
Agora já passou,tens sempre o próximo que nunca chega,tens-te sempre a ti.
Tenta.

terça-feira, maio 06, 2008

Fotografia

Saí da sala grande e dirigi-me à casa de banho.Foi daquelas pausas de trabalho que na verdade não são pausas,são desculpas.
Ao sair pela porta barulhenta e irritante,faço a curva em direcção da outra porta,e repentinamente viro a cara.Como se algo me puxasse a ver mais qualquer coisa.Estavas lá.
Agora que me lembro,horas mais tarde,quase parece uma fotografia.Um vidro de porta até ao chão,do lado esquerdo uma escada que sobe,do direito,tapada pelo vidro,uma escada que desce.Estavas do lado direito,sentado na escada de costas para o mundo real daquele andar.Não te reconheci pela camisola (que me era familiar,mas não tua),não te reconheci pelo cabelo,nem nenhuma dessas razões artificiais.Reconheci-te.Isso chega.Pela tua luz,lembras-te da luz?
Parece que fiquei ali parada à porta da casa de banho milhares de anos.Relembrei como um flash todos os momentos que passamos juntos,todas as lágrimas,todas as mágoas,todas as desculpas,todo o alcool,toda a droga,todas as paixões e amores mal curados,todas as doenças.
Na verdade durou apenas um breve espaço de segundos egoístas.Não consegui ficar a viver nas memórias que eram tão boas,não me deixaram,seja lá quem.
Continuo com aquela imagem na cabeça,embora o mundo continue as suas voltas,e o relógio continue a contar mais um minuto e mais uma hora e mais um dia desde a ultima vez que te disse pessoalmente o quanto te adoro,e desejo com tanta força que até doi,que me tenhas visto ou sentido de alguma forma ali a metros de distancia.
Tenho-me perguntado a mim mesma se vale a pena,se compensa por uma pequena coisinha insignificante estragar tantos momentos...
Tenho-me perguntado quando me irás dar uma resposta,se é que algum dia o vais fazer.
Tenho-me perguntado se pensas que quero um pedido de desculpas.Nunca na vida.Não espero desculpas.Desculpas não se pedem demonstram-se.
Tenho-me perguntado se pensas no que quero com isto tudo...E eu dir-te-ia se me perguntasses,com toda a facilidade do mundo,e uma boa parte de alivio:
Eu só quero um abraço,mais nada.

Sinto tanto a tua falta.