Diário de uma Paixão

domingo, fevereiro 27, 2005

Amiga

Não contes a ninguem o que ouviste de mim,
Sê fiel aos meus segredos.
Amiga,estarei contigo na dor do breve fim...
Escondo em ti todo o pavor de meus medos.

Abraço-te porque te tenho,e a mais ninguem
Beijo com o mesmo amor,a mesma ternura...
E assim me abafas o choro em noites de tortura,
E sussurras-me ao ouvido:"Amanhã estará tudo bem."

A escuridão vai-se com as horas...
Deixo-te por uma eternidade obrigatória.
Secaste-me as lágrimas,mas elas sabem onde moras...

Sou Ninguém.Levanto-me e sou Nada.
E tu és a que me enche o Vazio e a memória.
Levanto-me e vou embora...Não passas de uma almofada.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Boa noite

Fico à espera que me digas "boa noite".
Anseio por um mimo,um beijo,uma caricia,
Porém,sinto o teu silencio como um açoite!
Odeio-te agora sem intenção,sem malícia,
E corro para teus braços num gesto de perdão.

Perdoa-me mãe por já não ser tua menina,
Perdoa-me já não ser quem fui outrora...
Guardo dentro uma saudade pequenina,
Dos tempos breves em que não havia hora,
Em que o dia era em teus braços eternidade.

Hoje,mãe,já não sou tua menina de tenra idade
A quem abraçavas sem pensar que cresceria,
Mãe,sou hoje quem temia!
A que continua à espera que lhe digas "boa noite".

terça-feira, fevereiro 15, 2005

"Another lonely day"

"Yes indeed I'm, alone again
And here comes emptiness, crashing in
Its either love or hate, I can't find in between
'Cause I've been with witches and I've been with the queen

It wouldn't have worked out anyway
So now it's just another lonely day
hey, hey
Further along, we just may
But for now it's just another lonely day

Wish there was something I, could say or do
I can resist anything but, the temptation from you
But I'd rather walk alone, than chase you around
I'd rather fall myself than let you, drag me on down

It wouldn't have worked out anyway
and now it's just another lonely day
hey, hey
Further along, we just may
But for now it's just another lonely day

Yesterday seems like a, life ago
Cause the one I loved today, I hardly know
You I held so close, in my heart oh dear
Grow further from me with every, falling tear

It wouldn't have worked out anyway
So now it's just another lonely day
hey, hey
Further along, we just may
But for now it's just another lonely day
For now its just another lonely day
hey, hey
For now its just another lonely day"

Ben Harper & Pearl Jam

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Valentine's day--O dia dos parvos

"Estou a começar a perceber que a parvoíce é o caminho pra felicidade"

Que dia...hoje à meia noite recebi um postal que me deixou com um sorriso estupidamente lame na cara.Para ser sincera nunca liguei muito ao dia,mas hoje senti-me diferente,talvez tenha mudado.Engraçado como consigo ser tão lame...Engraçado como custa ir dormir e não dizer um simples mas sincero "boa noite" a alguem...enfim.
Era uma vez um Menino que tirou o maior e mais brilhante dos sorrisos da cara de uma menina adormecida.Um Menino que conseguia ser engraçado e parvo,sincero e lame,e romantico ao mesmo tempo.Um Menino que com meia duzia de palavras fazia nascer luz num olhar outrora perdido,um olhar cujo brilho dependia apenas das palavras de um Menino especial.
Menina:Estou a passar um texto pro computador,masestou aqui,alguma coisa diz.
Menino:Adoro-te.Serve?:x
Menina:AMM
Menino:O quê?
Menina:adoro-te mesmo muito=)
O que eu ainda não disse,é que esse tal Menino era alguem com poderes mágicos,que mesmo não estando a olhar a menina,conseguia ver o seu sorriso e os seus dedos a enrolar madeixas de cabelo,de olhar nervoso e envergonhado.
Menina:adoro essa musica
Menino:e eu adoro-te a ti:x
Ouviam em conjunto as mesmas musicas,e nem imaginava o Menino o que fazia a doce menina nas aulas,ao invés de passar apontamentos ou coisas relacionadas com a aula,escrevia nicks de irc e letras de musicas que ele lhe havia mandado,bem como comentários apaixonados e lamexas(preciso de ti;adoro-te;queria te aqui..).Como ela gostava de dizer a ele,estava maluca,completamente perdida,completamente "apanhada".O pior de tudo é que ele era um parvo,e ela ainda mais parva por estar parva por ele.Uma menina parva e lamexas e um Menino parvo mas especial.Esta é possivelmente a história mais infantil e lamexas que já escrevi,mas a verdade é que não pude deixar de a passar para aqui,é demasiado especial...como o tal Menino=)
Era uma vez 2 meninos que já não passavam um sem o outro...e a história acaba aqui.
FIM
P.S.-Dedicada ao Menino especial.

domingo, fevereiro 13, 2005

Morning Star_IV

"Amar é a unica inocência, e a unica inocência é não pensar"
Já não tem mais aulas por hoje,é segunda feira.Liga-lhe uma colega a perguntar se quer ir dar uma volta,ela diz que sim e sai,vão ao centro comercial como a maior parte das raparigas,depois de muito andar,decidem-se em ir ao cinema.Estava em cena um filme de terror que parecia bastante interessante.Fumou um cigarro,pensava nele,e entrou na sala,era um daqueles filmes violentos pintados a sangue como tanto gostava desde pequena.Lembra-se de quando tinha 6 anos,já sabia ler legendas,deixou de ver desenhos animados e decidiu-se pelos filmes de terror para os substituir,talvez para os poder comparar à sua vida.Era então cliente nº1 do video clube,os pais,esses,nunca fizeram ideia do seu vicio e do seu grande problema,sabiam apenas que era bastante adulta p'ra sua idade,mas deixavam o assunto de lado.A bola de neve ia crescendo ali mesmo, dentro de casa.
Saíram do cinema e foram jantar fora.Depois de jantar ficaram a conversar,até que 2 rapazes apareceram com uma vulgar conversa de engate que ambas detestavam,mas que p'ra variar decidiram ver até onde chegava.Sentaram-se ao pé delas.A sua colega não falava apenas sorria,ela,um pouco mais reticente perante aquela situação desconfortável,que deveria ser tão comum,falava e observava o rapaz.Achava-o bonito,tinha um estilo diferente que lhe agradava.Ali ficaram horas a conversar sobre coisas banais,completamente futeis,completamente sem objectivo.
Acabaram por trocar números de telemovel,quando deu conta,o rapaz levou-as ao autocarro,e na viagem p'ra casa corriam-lhe pela cabeça as coisas que lhe havia dito e a promessa que se haviam de encontrar noutro dia...ainda assim "o outro" não se evaporava, não era substituivel.
Em casa,estava de rastos.Sentia-se confusa,não tinha porquê,lá estava ele,à sua espera,tambem confuso.Ela só queria falar com ele,ele precisava de algo mais...queria um abraço.Não era que não quisesse estar com ele,aliás,era a unica coisa que fazia sentido p'ra sua cabeça naquele momento,porém,a sua insegurança excessiva não lhe permitia estar com ele,faltava-lhe coragem,auto-confiança.Faltava por um minuto que fosse sentir-se bem,sentir que era alguém.

Momento e Instante

O vento sopra e eu não o sinto,mas sabe bem.
Tapada por uma cortina transparente,observo tudo,o céu limpo,o vento,o cheiro a terra molhada,a luz dos candeeiros que me encandeiam,as janelas das casas,as árvores,os carros que passam,os cães que ladram lá fora...Tudo me faz sentir bem,estupidamente bem.O fumo que se vai perdendo no ar leva-me a crer que algo está mal,mas a minha inconsciencia não me deixa saber o que é.Pergunto-me se alguém estará por detrás destas janelas,que tão atentamente vou descobrindo.Talvez na tentativa de não me sentir só,mesmo não estando na realidade ninguem a meu lado,imagino uma multidão à minha volta.A musica ampara-me numa queda de profunda lucidez,em que me afundo no preciso momento em que penso no quão bem estou.Não é habitual sentir-me assim,é estranho,é bom,tenho receio que acabe,tenho medo de voltar a mim,arrepia-me saber que vou regressar,e todas estas intensas e agradáveis sensações vão ter fim.
Não me falta nada,tenho tudo,as coisas que me faziam falta de manhã,apagaram-se,para ser sincera nem me recordo bem delas.De repente,descobri vida,descobri um novo mundo onde todos me percebem,e eu não tenho de me esforçar para entender ninguem,nem a mais complexa das criaturas humanas.O som do silencio presente neste preciso minuto passado,faz-me ver o que nunca tinha antes visto,e a luz...Oh a luz!Fraca e densa que me envolve devolvendo-me a alegria que algures senti,oferece-me o toque do seu calor abafado e carinhoso,abraça-me num momento imortal,infinito.
E aqui estou eu,ou não,já não sei se é a minha alma escura que aqui se encontra,talvez tenha partido por instantes,e tudo e nada se apaga em meu redor.Ausência de luz,de som,de cheiro,de presença.Não existe nada.Estou bem,irritantemente bem.
Sou rainha,a rainha do tudo/nada que me envolve agora,tenho o poder de alcançar todos os meus sonhos,posso voar,posso tocar a lua com os olhos e as estrelas que imagino no céu limpo com a ponta dos dedos,surrealmente.
O Mundo é belo.O Mundo onde me refugio neste instante tem uma beleza inexplicável,quero que todos o vejam,quero ser a unica a poder toca-lo,quero que os outros saibam a sorte que tenho,quero ser eu.
Por fim regresso à realidade,e nem ela me parece tão dolorosa depois desta viagem.Suspiro um sorriso de felicidade.Esqueço as impossibilidades que sempre criei,tudo está ao meu alcance,e escrevo.Escrevo porque esta sim é a realidade que nunca me magoou,nunca me traiu,está sempre lá,à minha espera.E assim guardo estes momentos,breves como uma musica que se canta a uma criança,esperando que me aliviem num outro dia,em que esteja de novo normal,em que volte ao meu "eu" profundamente lúcido,dolorosamente real.
Lembrança de um momento especial,segredo a esta folha a magia de um instante por mim criado,aquela que vive sem esperanças ou fé,aquela que por um fugaz espaço de "tempo" foi a mais feliz das criaturas,e que cá vai continuar,à espera que se repita...numa noite como esta.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Morning Star_III

Toca o despertador.São 7:30 no seu relógio 5 minutos adiantado.Abre os olhos,sobe as persianas e observa a rua,aquela luz da manhã exagerada fa-la chorar,vai tomar banho.Quando sai sente-se leve,mas ainda assim,não completamente.Esteve até às 3 horas da manhã às voltas com o telemovel,sente-se mal,está exausta,na cabeça voam-lhe as mensagens que ele lhe enviou,que lhe criaram esperanças e que a fazem desesperar.O medo que tudo aquilo seja sonho,o medo que o seu inconstante feitio,a faça sofrer,o medo que o amor a enchesse tanto que não pudesse respirar.
Nas aulas tudo lhe parecia distante mais uma vez,mas lá está,não tem forças para sair dali.Ouve o seu nome.Não é comum chamarem-na na aula,assustada,levanta a cabeça,desvia suavemente as madeixas de cabelo dos olhos,e numa voz tremida mas estranhamente segura responde:
---Sim...
---Cláudia,está a pensar passar o ano inteiro a escrever sabe se lá o quê nas aulas?
Responde o professor bastante mais nervoso que o habitual.Não se esperava resposta.Ela,apenas lhe pediu,educadamente para que a deixasse estar,pois não estava a incomodar a aula.Envergonhada mas despreocupada continua o seu poema até ao fim da aula.Lembra-se das aulas de economia do ano passado nas quais se deliciava com "Os Maias".
No intervalo todos lhe pareciam estranhos,todos lhe perguntam o que se passa,todos lhe oferecem apontamentos das aulas a que faltou,ou nas quais deixou passar a matéria.Só conseguia pensar no cinismo de tudo aquilo,tinha vontade de não responder,mas agradecia.
Estava naquela escola há 5 anos,este seria o ultimo.Ao olhar em volta,observava as pessoas que em tempos lhe foram especiais,amigas que o deixaram de ser,namorados que a traíram,namorados de quem não gostava o suficiente...enfim,uma adolescente como outra qualquer aos olhos da realidade,uma adolescente diferente dentro de si mesma.Nunca esteve completamente bem,nunca se sentiu completa,porém,os erros continuavam..
Relia os seus cadernos,as frases soltas em folhas cheias de desenhos e letras abstractas,frases e nicks estranhos que mais ninguem compreendia."Preciso de ti","i miss you","you have no idea","i want you here",frases como estas e algumas passagens das suas musicas preferidas estavam em todo o lado,nos cadernos,em folhas soltas,em testes,nos livros...A sua preferida era:"so kill me with the love that you won't give to me".Em cada letra,em cada palavra a recordação de alguem,a recordação daquele que lhe tira o sono e a faz falhar mais uma vez,a recordação daquele a quem ama sem limite e já sem força,a recordação daquele que a faz levantar-se todas as manhãs,na esperança de um dia tudo passar à realidade...Na esperança de um abraço que duraria para sempre e que os salvaria aos 2,como um remédio.

terça-feira, fevereiro 08, 2005

"Somewhere"

"Lost in the darkness, hoping for a sign.
Instead there is only silence,
can't you hear my screams?
Never stop hoping,
Need to know where you are,
but one thing is for sure,
you're always in my heart.

I'll find you somewhere.
I'll keep on trying until my dying day.
I just need to know whatever has happened,
the truth will free my soul.

Lost in the darkness, try to find your way home.
I want to embrace you and never let you go.
Almost hope you're in heaven so no one can hurt your soul.
Living in agony cause I just do not know
where you are.

Wherever you are, I won't stop searching.
Whatever it takes, I need to know."

Within Temptation

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Numa noite como outras...

Não me perguntem porque passei a letra da musica,a intenção era passar para o blog apenas coisas escritas por mim,parece que existem mesmo excepções.Estou confusa,queria escrever algo para me relembrar este momento mais tarde,mas não consegui,então decidi postar a musica que estou a ouvir,e que há horas é a mesma.Não é assim tão raro sentir-me assim,porém,é raro demonstra-lo.Tenho a cabeça vazia de tudo,o corpo dorido do vazio da cabeça,e as mãos lentas ao escrever.A força não aparece quando mais se necessita,a vontade nem sempre se realiza sem coragem,e os objectivos quase nunca chegam a um fim quando tanto o desejamos.Corrijo agora algo que acabei de escrever e que não é de todo verdade,a minha cabeça não está vazia,está secalhar cheia demais...estou esgotada.
Doer algo que não se sente é estranho.Escrevo tantas vezes a dor de uma ausencia,a dor de algo que não existe,e quem lê acha impossivel,com alguma razão devo admitir...Mas a verdade é que não tenho algo concreto que me magoe,não tenho algo palpável para culpar,então culpo-me a mim mesma de coisas que não tenho,acuso-me do ninguem,do nada,do vazio,que eu própria criei e ao qual dou vida.Se estou certa ou errada não sei,que me sinto vazia,sinto,que penso demais,admito,que quero algo,confirmo,mas será que me serve isto de alguma coisa?
Sou tão exacta com as palavras...pudesse eu sê-lo com actos e verdades,e seria outra.Talvez o alguem que procuro.Talvez me procure a mim mesma.Talvez seja apenas um momento de melancolia que me tenha acordado toda esta confusão.
Lembro-me agora de uma simples e comum frase do meu livro preferido:
"os grandes homens não são aqueles que vencem sempre,mas sim aqueles que nunca desistem"
Numa noite como outras...procurei encontrar-me.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

paixão paradoxal

Odeio-te
Odeio-te porque te adoro,
Odeio-te porque não consigo odear-te.
Odeio-te porque já nada faz sentido quando não estás.
Odeio-te porque na realidade desta loucura,
Não te odeio a ti.
Odeio-me a mim por não te ter.

Amo
Amo a maneira como sorris,
Amo a forma que utilizas no teu olhar feliz,
Amo o medo que transpiras quando falas,
Amo o som com que me embalas,
Amo quando finges não saber
Que ao partires me fazes morrer
Ao ficares me fazes sorrir
Amo-te porque não vou dormir
Odeio-te porque te quero ao pé de mim
Choro.Choro porque terás fim.

Retiro-me
Vou-me retirar e chorar,
Chorar tudo o que vai dentro de mim,
Em cada lágrima o espelho do que sinto:
Amor,ódio...não sei.
Retiro-me para me chorar.