"Sim, sim"
Metes um filme. No filme está um rapaz no consultório com uma psicologa. De repente lembras-te que tambem já lá estiveste. Lembras-te que não escreves nem um quarto do que seria o insuficiente para ti, por ti, o que costumava ser. E depois lembras-te que secalhar também precisas de um psicologo. Ou coisa do género.
Lembras-te que houve um dia em que te ofereceram "ajuda" e tu disseste aquele "sim,sim,ok" que na verdade significava "eu não preciso de nada disso agora". Tu consegues ultrapassar tudo sozinha e bla bla bla. "Sim,sim".
Um dia acordaste e chegaste à conclusão que os comprimidos eram temporários, que os psicologos davam demasiado trabalho e que não valia a pena. Depois lembras-te que não sabes ao certo se acordaste rabugenta nesse dia. Acontece.
Metes a cara no espelho e consegues alguma coisa que parecia bonita, mas depois de repente lembraste-te que o periodo vem daí a uns dias e que é normal nesses dias especificos todas as mulheres sentirem um rasgo de auto-estima, mesmo que a barriga esteja mais inchada que o habitual. Ou são só as sobrancelhas que são bonitas.
Meteste um filme e ficaste a ver o rapaz a morrer de cancro à espera do seu final feliz. "Sim, sim" ou já viste o filme e sabes que no final ele vai de facto ter um final feliz e previsivel. Que se lixe, as pessoas gostam dos finais previsiveis. De abrir uma cerveja e fumar um cigarro, ou comprar uma roupa nova e ter a certeza de que com roupa nova o dia seguinte vai ser muito melhor. Depois lembras-te que a cerveja faz mal ao fígado e o cigarro faz mal a tudo menos à tua ansiedade. Quando ias à psicologa não fumavas, ainda. Lembras-te que te caiu uma faca no pé quando arrumavas a loiça lavada. Metes a cabeça no filme e bebes uma cerveja. Que se lixe.
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