Diário de uma Paixão

domingo, setembro 30, 2007

1 ano

Com um ano,uma criança já vê o mundo,já diz palavras,já brinca,já entende.Um ano é uma vida.Num ano podemos conhecer-nos melhor que numa vida inteira,dependendo da intensidade que damos a esses 12 meses.
Passaram exactamente 12 meses desde o dia em que tracei o meu destino,sim,fui eu que o fiz.Não escolhi,mas há coisas que não se controlam,a perfeição não existe.Se dependesse dos meus sonhos mais longinquos,há um ano atrás aquela noite tinha mudado a minha vida para melhor,tal não aconteceu.
Não posso dizer que estou aqui a morrer,porque não é a verdade.A verdade é que simplesmente não se esquece o primeiro amor,por muito dramático que isto soe.O amor não é o que dizem ser,algo que se constroi,que se altera,que bla bla bla.É algo incondicional que o ser humano não tem capacidade ainda,e possivelmente no futuro continuará a não ter,para escolher.
Acontece.Como um dia de chuva.Podemos deseja-lo ou não,se assim tiver de ser ele acontece.Podemos apenas escolher protegermo-nos com um casaco comprido,ou deixarmo-nos levar até uma pneumonia.
Há um ano atrás,olhei nos olhos de uma pessoa que nunca tinha visto.Olhei-a nos olhos e encandeada com o seu sorriso,soube que era aquilo a que chamavam amor.Era bom e mau,baseava-se em desejo e medo.
Neste momento fazem uns belos longos meses desde a ultima vez que vi esse sorriso,sei com toda a minha consciencia de mulher inconsciente,nunca mais voltar a vê-lo.Ainda assim,12 meses depois,posso afirmar saber o que é o amor,porque tenho uma ferida que não sara por ele provocada.
Um ano passou,mas esse sentimento arrebatador não.

A cada dia que passa aumenta e não morre.Um ano depois,ainda te sinto aqui,mas sem a luz do teu sorriso.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Laços

O sentido das coisas somos nós que lhes damos.
Quando penso na minha vida até aos 18 anos,havia tanto sentido,que tive quase obrigatoriamente que me desfazer dele para poder vive-la.Colegas de escola,amigos de escola,nada havia para alem do liceu,para alem dos planos que se haviam construído para mim.Na altura em que atingi a maioridade,a minha vida passou a ser uma vida,as minhas experiências passaram a ser uma experiência,não apenas um saco cheio de planos comprometidos a falharem.Os amigos passaram a ser coloridos,os namorados passaram a ser histórias perigosas do passado,e os trabalhos não me davam planos nem objectivos,mas ainda assim,apesar da falta de sentido,faziam mais sentido para mim que os anteriores.
Não tenho um caminho traçado,nem um ponto principal de chegada,mas ao sabor das experiências tenho alcançado o que de outra forma seria impossível,coisas que vão ficar para toda a vida,e não apenas no espaço temporal do liceu.
Existem memórias enlaçadas em tanta coisa...Pessoas que andaram nas mesmas escolas que eu,hoje ocupam lugares engraçados,e na altura em que estavamos todos os dias no mesmo sitio,nem nos conheciamos.
A vida é engraçada às vezes,tenho de admitir isso.Por muito pessimista que seja,e hoje sei que as hormonas falam por mim,há que aproveitar.
O passado e o presente,em dimensões diferentes estão associados.Ou então sou eu que anseio tanto laços,que os vejo em tudo o que me toca.E não é assim tanta coisa quanto isso.
Não há sentido no dia-a-dia,não há planos.Eu vou sendo levada ansiosa,por saber onde a corrente me vai arrastar,e não vou fazer força para ficar num só lugar.

Eu deixo-me ir.

sexta-feira, setembro 14, 2007

E viveram...Viveram para sempre

Tão perto e tão longe.Cometi todos os crimes e paguei por eles,de uma só vez.
Hoje posso dizer que passou tempo suficiente não para esquece-los,mas aprender a sobreviver com eles.Dei por mim a escrever um livro que há muito não faz sentido,falar do passado não o traz de volta,nem o apaga.Tomei consciencia que tudo acaba quando menos se espera.Não teve lugar nenhum acontecimento especial na minha vida,pelo contrário,a maré anda bastante rotineira,ainda assim,parece que acordei.Não sei se de um sonho,ou de um pesadelo,acho que o vou descobrir com o tempo.Sim...O tempo cura tudo.A demora angustiante pode fazer-nos habituar tanto à doença que a alojamos no nosso corpo e na nossa alma como que cravada numa pedra,e aí é dificil ter alta.Na verdade quando queremos muito ser saudáveis,conseguimos,basta aceitar a cura,acreditar nela.
Quase um ano de doença e acordei.As minhas análises saíram limpas de qualquer vestigio.Qualquer virus.
Nada de especial a provocou,mas a cura aconteceu.Hoje abri os olhos finalmente,e esqueci-o.Já não falo nele como se falasse para uma segunda pessoa,falo para uma terceira.Alguem que pertenceu a uma fase da minha vida,e que está atrás de outra talvez não tão importante,mas mais feliz.
Quis contar a nossa história,e percebi que não havia nada mais a contar,afinal sempre teve um final.Não um final feliz,mas um final.Esgotei tudo o que havia a dizer sobre a saudade,a angustia,a dor,a agonia,o desejo,a culpa,o arrependimento...Não há mais.
Esta é uma passagem importante,porque apartir de hoje,há menos uma paixão neste caderno ilusório,neste mundo.

Escrevo assim o final de uma paixão.

quarta-feira, setembro 12, 2007

És tu.

És o colo que eu preciso quando me sinto criança.És a companhia inigualavel quando me rio até doer.És o sorriso que eu mais quero em todas as pessoas do mundo.És os olhos que melhor me olham quando me sinto o pior.És a minha razão para acreditar que ainda vale a pena.És a prova que o ser humano ainda merece o meu respeito.És o nome que eu quero ouvir e dizer até que a voz me falte.És a musica que quero ouvir repetida que se sobrepõe a todas as outras.És a mão que eu quero a fazer-me festinhas quando odeio o toque de toda a gente.És tanta coisa que se escrevesse mais palavras parecia querer dizer tudo,e bem sei ser impossível.
És a falha na minha poesia.
És tu...És tu.Insubstituível.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Verdade ou consequência?

Fazes isso por mim?Vale a pena?
Estou a ir ou simplesmente a regressar?
Que é que me aconteceu?
Esquecimento ou ruptura?
Sou mentirosa ou fugitiva?
És tu ou sou eu?
Caminhos sem saída ou entradas de um labirinto?
Perguntas sem resposta ou respostas erradas?
Necessidade ou vontade?
Desejos e hormonas ou intenção e liberdade?
Arrependimento e consequências ou...Más escolhas?
Erros ou provocações?
Com ou sem sentido?
Sim ou não?
E agora,dizes-me?
Direita ou esquerda?
Verdade ou consequência?
Foda-se...