Diário de uma Paixão

domingo, janeiro 31, 2010

Alice na cidade das maravilhas

A Alice vai sair.
Dá a volta ao quarteirão,compra um chocolate,sai da loja e faz a curva à esquerda.
Vai comendo o chocolate e apreciando as pessoas,tropeça,sorri e está tudo bem outra vez.
Vê um gato preto,o gato não tem coleira e está assustado debaixo de um Nissan Primera azul que está estacionado em frente à funerária.
Alice corre até meio da rua,um carro pára a tempo de não lhe bater e ela levanta a mão pedindo desculpa.
O gato desapareceu na escuridão das saias do carro,ela ajoelha-se e assobia.Lá está ele atrás do pneu direito da frente!Alice vê o gato fugir e grita: "Não vás gatinho!Vê só o que eu corri por ti,não vás!",e arrasta-se para baixo do carro até que cai num buraco negro gigante,como que outra dimensão.
Lá estava o gato,parecia gozar com ela enquanto esta se levantava cheia de óleo e terra."Miau" dizia ele,"Mau..." dizia ela.
A raiva do bicho fê-la esquecer onde estava,até porque não fazia ideia,era um sitio escuro onde tropeçava a cada passo que desse,nunca sabia onde ia encontrar escadas a descer ou subir,buracos,urtigas.Era o dia que ia fazer Alice chegar a casa arranhada,se é que iria encontrar o caminho.
Uma luz ao fundo chamou a sua atenção,o gato ia fugir-lhe outra vez.
Nunca havia corrido tanto,caiu até deixar de sentir os joelhos e ter as mãos a arder por lhe tentarem amparar as quedas,mas conseguiu.Sentiu uma pata peluda e puxou,conseguiu agarrar o gato e quando deu por ela estava no meio da rua com um bicho peludo e assustado no colo,não mais que ela toda suja e de roupa rasgada.
De repente viu toda a gente a rir-se dela,estava tão dorida que só queria chegar a casa e levar o seu prémio,o gatinho.
Será que valeu a pena tanto esforço por um gato,Alice?

Alice Alice...Cuidado com a estrada Alice.

terça-feira, janeiro 26, 2010

23

Penso,logo envelheço.
Meto o Fight Club na PS2,a Pushit de Tool e agarro num shot de vodka.
Happy birthday girl,
em inglês soa sempre tudo melhor.

sábado, janeiro 23, 2010

Metereologia complexa

E se os condicionais se transformassem subitamente em presentes e os computadores em crateras?
Os vulcões afinal são simplesmente montes de terra com recheio encandescente e as pessoas montes de carne ensanguentada com recheio de hormonas (aprendi com o Eça).
Andei à escola com os mestres da depressão e sempre me fizeram acreditar que ela era um vicio,uma paixão dificil.Na verdade nunca decidi deixa-la,decidi deixar-me levar por ela.
Sempre me perguntei pelo significado do nome "condicional",soa-me a prisão.A alguem condicionado àquela forma do verbo,não por obrigação mas por querer.Que raio de prisão é aquela onde se faz a própria pena?A mentalidade das pessoas é uma grande merda não haja dúvida,daqui a 5 anos vou-me tentar lembrar do porquê desta afirmação,mas por enquanto ainda é vodka no meu sangue.
O compromisso e o condicional estão interligados,uma prisão por vontade própria,e uma viagem de comboio com as paragens definidas.
Voltando aos vulcões,dizia eu que os vulcões,as pessoas,os computadores está tudo relacionado,e é verdade.Os vulcões têm explosões,as pessoas usam computadores e tambem explodem.

Hoje está um frio suportavel e equilibrado,a dançar pelo sol envergonhado,e as personagens afastam-se.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Auto-estima e calças de ganga

A auto-estima vende-se em média por 25 euros bem gastos,numas calças de ganga.
Escuras,rijas e justas ao rabo.
Depois é só encolher a barriga,vesti-las,dobrar-lhes a baínha e leva-las a passear.A elas e ao nosso rabo espetado.
Eu gosto delas com adidas superstar cor-de-rosa choque.Depois ouço "achas que tens idade para usar essas cores?" do meu professor de anatomofisiologia.
A auto-estima tambem se vende num corte de cabelo.Depois ouço "mas ele está tão grande,tão lindo..." de basicamente toda a gente.
O mundo é bonito porque é deveras fútil.




"Oh let the sun beat down upon my face, stars to fill my dream..."

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Cátia

Tenho saudades da minha melhor amiga,a que me fazia sentir irmã mais velha,que cometia erros e vinha a chorar para o pé de mim.Mesmo que não nos vissemos há meses.Eu fazia o mesmo.
Tenho saudades da pequenina que tinha o nome igual ao meu e passava a vida a comprar roupa e mudar o corte de cabelo.
Muitas.
Não faço ideia se já casou mas era capaz de apostar que sim,e não sei...Mas é bem capaz de já ter um filho,e eu não o conheço.O irmão dela tambem já deve estar enorme,já não o reconheceria.
Perdemos a vida uma da outra de repente,ou aos poucos,não sei.Não me recordo qual das duas deixou mais depressa a escola nocturna,nem se ela continuou,se não...Não sei se ainda está por Cascais,mas era capaz de apostar que sim.
Eu pronto,vim embora,deixei o liceu e nunca mais lhe liguei,já nem sequer tenho o seu numero.É engraçado como tantas melhores amigas passaram pelo lugar dela e nunca a superaram.Há uns quantos aniversários que não me lembro de a procurar,mas dia 1 de Julho lembrei-me sempre,e agora que vou fazer 23 sinto falta de não a ter por perto.Pensei sempre que lhe fazia mais falta que ela a mim,e agora vejo que era tão ao contrário que me arrependo de nunca lhe ter dito que era a minha melhor amiga.