Diário de uma Paixão

sábado, janeiro 28, 2012

25

Eu acho que merecia mais. Secalhar estou só mais velha, e mais conformada...Não sei.
Um quarto de século é difícil.
Tempo de esquecer os planos.Olha só onde eles te levaram: A lado nenhum.

Parabéns.

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Tarde ou cedo

É tão tarde que é quase cedo.
Aqui não entra nem uma mãozinha de luz.Aqui é escuro por natureza, e eu por natureza não durmo de noite.
Vou tentar daqui a uns minutos, depois de descolar as lentes de contacto enraizadas nos olhos. Não tenho fé.
Depois vou fazer força para acordar cedo, aquele "cedo" tipo meio-dia ou coisa do género.
A madrugada sempre me fascinou, incrível como me desapaixonei por ela,nunca mais a vi no seu esplendor de nascença,vejo sempre artificial na minha cabeça insoníaca, doente.
E de repente...5 da manhã e eu não estou de volta.
Será tarde ou cedo?Hmm?

domingo, janeiro 08, 2012

Planos de ano novo

Todos os anos no dia 1 de Janeiro planeio comprar uma alma nova.
Ouvi isto numa musica, lembro-me sempre desta melodia no inicio do ano. Será que ainda ninguém aprendeu a não fazer planos para o ano só porque é um ano novo? Como se os anos velhos não importassem...
Faz de conta que o ano passado e os últimos 10 ou 20 ou 30 são insignificantes, quando na verdade vão sempre ser mais importantes que este, e o próximo. Dizem o mesmo do vinho. Deve ser por isso que nesta altura se bebe mais vinho que o habitual, eu gosto de vinho o resto do ano, é sexy. Gosto da ideia do copo de vinho clássico na beira do sofá ou no lugar do sabonete. Lá está...Lembra-me um filme.
Resumindo, este ano apetece-me ser vulgar, mas sou preguiçosa o suficiente para não definir os planos do novo ano.
Não vou deixar de fumar. - ...Outra vez.
Não vou casar.
Não vou fazer dieta. - ...Mas vou ao ginásio.
Não vou escrever um livro. - Até porque ninguém o lia.
Não vou ver menos filmes. - Nunca!
Vou fazer 25 anos.

E venha ele, esse ano novo.

terça-feira, janeiro 03, 2012

Filmes

Amo cinema. Está-me no sangue...Sempre gostei, desde o primeiro filme. Faz-me lembrar de tudo, faz-me não esquecer. Romances, comédias, terror...Tudo serve, uns melhor que outros.
Hoje ao rever pela milésima vez o Beleza Americana lembrei-me da última vez que a minha mãe me bateu. Da expressão da minha cara, da dela, do silêncio, da névoa. As faíscas de ódio nos olhos dela e o lábio arregaçado. Não foi suficiente, para ela.Foi demasiado para mim.
Fechei a porta e disse para mim mesma que seria a ultima vez.E foi.
Rasguei uma folha, tracei um plano, juntei dinheiro e fiz as malas. Poucas. Não havia muito para levar.
Ela nunca pediu desculpa. Até hoje.
Quando lhe disse o resultado da análise sei que ela viu aquele momento na cabeça, por detrás do silêncio. Mentia se dissesse que não me deu um certo prazer, uma sensação de vingança em que ninguém ganha.
Eu revi as faíscas de ódio que me queimaram naquela tarde, hoje.
O cinema é uma segunda vida, uma repetição de tudo o que passamos, se não queremos esquecer.
Neste filme não vivemos felizes para sempre.