Ilusão

Não saí...fiquei com o computador ligado à espera de um sinal de que algo restava do que já não vivia.Mas não.Tive o sinal de que tudo teria eventualmente significado nada,e esse nada era tão forte para mim.Pedir-te-ia desculpa se soubesse que as minhas desculpas serviam de alguma coisa,como betadine para uma ferida...mas não.Porém na minha cabeça ainda falavam em voz baixa aqueles pequenos sonhos e ilusões que precocemente tinha criado como filhos.A tua doce voz voltaria atrás e sem me forçar a pedir desculpa diria "está tudo bem...eu gosto de ti".Não consegues,não te culpo,eu tambem não consigo forçar-me a mim mesma,por isso podes ter certeza do quanto fui sincera este tempo todo,embora escondida para me magoar menos.Estupida talvez,magoei-me de igual ou pior forma.Doi bastante saber que o fim foi tão frio,e que provavelmente a ti foi como do quarto para a sala,a temperatura era igual.Doi-me porque ao contrário de ti eu iludi-me com esperanças sem fundo que sabia nunca alcançar.Não sei se é amor,saudade é de certeza,mas nenhum dos dois me ajuda minimamente,apenas dificultam ainda mais o que sinto.Tenho de me afastar.Não,eu não sabia para onde ia quando o desliguei,eu sabia sim para onde tinha de ir,e tu...tu ainda vais ficar um bom tempo no mesmo lugar.Não tens culpa,eu tambem não.Nada faz sentido,ou secalhar o nosso nada nem fazia assim tanto sentido,cansaste-te como se de uma corrida sem meta.Cansei-me porque a meta me estava impossivelmente distante,ou já pertencia a alguem.Segundo lugar?não.Se corro é para ganhar,e não te perdi...até porque nunca te cheguei a ter.