Diário de uma Paixão

segunda-feira, novembro 19, 2007

Postal silencioso

Parabens badalhoca.
Não posso falar contigo,ou pelo menos não podes responder-me,mas eu falo na mesma,sei lá porquê tenho a sensação que me ouves.
Já lá vão 2 anos...Sabes que é que sempre me custou mais nisto tudo?Nunca te ter dito o quanto gostava de ti,o quanto aprendi contigo.Deus,se existe,levou-te na melhor altura da tua vida,conforta-me saber que partiste feliz.
Lembro-me daquele Verão,em que te apaixonaste perdidamente e te magoaste.Lembro-me de desabafares e de desejares tanto desaparecer.Lembro-me dos sermões que te dei para que te sentisses melhor,para que abrisses os teus olhos castanhos cheios de luz,e te visses ao espelho.Eras linda,foda-se.Sempre quis ser como tu,mesmo na altura em que não nos davamos bem por ciumes parvos,que mais tarde me confessaste.Parecia-me tão ridiculo teres ciumes de uma rapariga como eu,sendo tu aquilo que eras.Não cheguei a conhecer ninguem que pudesse não gostar de ti.
Dou por mim às vezes a imitar-te,pintar o cabelo conforme o estado de espirito,ouvir a mesma musica,desejar desaparecer como se nada mais importasse...Se ao menos estivesses cá para me dares os sermões que eu te dava,sentia-me menos sozinha.
Se me vires,daí de onde estás,sabes que ando sempre com aqueles 2 pins que me deste.O nosso snoopy!Gostavas tanto do snoopy,de Tool,de Nine Inch Nails...Afinal eras a piggy,right?Nunca vais deixar de ser.
Dizem sempre que se deve agarrar o que há de positivo nas coisas más que acontecem,nas injustiças,durante estes ultimos anos não o consegui fazer.Hoje pensei nisso.É incrivel como foi preciso ires embora sem avisar,para que me conseguisse libertar de tantos medos,para que conseguisse dizer aos meus verdadeiros amigos o quanto gosto deles,com medo que de os perder antes que o possa fazer.Dizer "gosto de ti",não deve ser adiado,nunca.
Continuo com o nosso velho problema babe...Quero sempre algo que não posso ter (sim,como diz a musica),estive lá.No concerto,2 dos 3 dias.Tu deves ter lá andado no meio da multidão,com aquelas tuas túnicas pretas que eu adorava,e aquela pulseira linda,e o tereré em pele preta,e o cabelo pintado de cor-de-vinho...Eu senti.Tal como em Tool.
Gostava de te poder enviar um email,combinar um jantar,um copo no Clandestino,não posso.Não sei a tua morada agora,ninguem sabe.Acredito que basta pensar em ti com muita força,e tu estás lá.Ainda ontem estiveste comigo no Bairro Alto não foi?Considera isto como um postal.Sem morada em concreto,um postal que vai para alem dos correios,para alem das letras.
Mais uma vez,se Deus existe,qual foi o sentido de te levar?Fazer-nos aprender o quanto somos egoístas e orgulhosos?Que justiça existe nisso?Eu aprendi,sim,admito.No entanto não era necessário tanto.Aprendi a dizer o que sinto,mas tambem aprendi que a vida não é justa,que é pequena,fria e mesquinha,aprendi a revoltar-me mais um bocadinho a juntar aos outros todos.
Sofreste tanto...Quando finalmente estavas feliz,voaste.Como um anjo negro,a mandar beijos cá para baixo,com as bochechas vermelhas e o cabelo despenteadamente rebelde,como sempre.
Tenho saudades tuas.Tinha tanta coisa para te contar agora...
Um dia vou ter contigo,vamos ver os concertos juntas e cantar Tool,e passear por lisboa,e tudo aquilo que deviamos ter feito mais vezes.
Deus?Deus se existe esqueceu-se do meu aniversário,levou-te 2 dias antes.No dia em que te disse as ultimas palavras que ele me deixou:
"Então pronto às 20 na Brasileira,sinhe?"
"okay gorgeous(:"

Vamos a The Cure,piggy?Combinado.

2 Comentários:

  • Às 2:45 da manhã , Blogger Entre a Realidade e o Sonho disse...

    Foda-se como chorei a ler isto nao por tristeza propriamente mas pela saudade,mas de tambem de certo modo por uma certeza de que onde que que "elas" estejam,estao num sitio muito melhor do k este mundo mesquinho e merdoso onde vivemos...

    *Ambas tinham olhos lindo...

    *Saudade

     
  • Às 12:07 da manhã , Blogger k disse...

    que desabafo
    que belo e que feio ao mesmo tempo, porque realmente a realidade é demasiado dura em relação ao que nos ensinaram a ser.

     

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