Canção de embalar
Deito a cabeça na almofada,abraço os lençois cor-de-rosa em busca de conforto.Eles dizem que sim.
Junto o meu corpo ao colchão,é o meu chão,quando me perco em sonhos impossíveis.
Beijo o meu ursinho de peluche,que me acompanha quase desde que nasci,peço-lhe que me guarde o sono nas horas que se seguem.Peço-lhe que passe depressa...Ele não ouve.
Canto uma melodia que me embala e não sei de onde vem.Murmurios de algo que nunca ouvi.
Já não acredito em orações,mas digo a mim mesma que tenho um anjo a escutar-me os desabafos,e a minha gata.Digo-lhe que me sinto sozinha,que preciso de um abraço.Finjo responder-me "está bem",mas o abraço nunca chega,e o embalo nunca chega,o sono nunca vem,ninguem vem....
A melodia tem umas notas de piano que vão dançando enquanto eu desespero à procura dele,cobertas de caramelo.É pegajosa,agarra-se às minhas ideias,e as lágrimas vão caindo,sem que eu as possa segurar.
Ouço e calo.Fecho os olhos uma vez mais,despeço-me da luz,e aperto o botão do candeeiro.
Agarro com força a minha gata,mais do que ela gostaria,faço desenhos no tecto,de um mundo incapaz de existir,onde reina a paz,o lilás,e algo que só existe quando finalmente,quando a musica se cala,e o silencio tomou conta do meu corpo,algo que só existe porque toda a gente o deseja,e poucos conseguem...Amor.
Junto o meu corpo ao colchão,é o meu chão,quando me perco em sonhos impossíveis.
Beijo o meu ursinho de peluche,que me acompanha quase desde que nasci,peço-lhe que me guarde o sono nas horas que se seguem.Peço-lhe que passe depressa...Ele não ouve.
Canto uma melodia que me embala e não sei de onde vem.Murmurios de algo que nunca ouvi.
Já não acredito em orações,mas digo a mim mesma que tenho um anjo a escutar-me os desabafos,e a minha gata.Digo-lhe que me sinto sozinha,que preciso de um abraço.Finjo responder-me "está bem",mas o abraço nunca chega,e o embalo nunca chega,o sono nunca vem,ninguem vem....
A melodia tem umas notas de piano que vão dançando enquanto eu desespero à procura dele,cobertas de caramelo.É pegajosa,agarra-se às minhas ideias,e as lágrimas vão caindo,sem que eu as possa segurar.
Ouço e calo.Fecho os olhos uma vez mais,despeço-me da luz,e aperto o botão do candeeiro.
Agarro com força a minha gata,mais do que ela gostaria,faço desenhos no tecto,de um mundo incapaz de existir,onde reina a paz,o lilás,e algo que só existe quando finalmente,quando a musica se cala,e o silencio tomou conta do meu corpo,algo que só existe porque toda a gente o deseja,e poucos conseguem...Amor.
1 Comentários:
Às 7:03 da tarde , Tiago Campos disse...
Como sempre, o teu texto e a sua descrição fez-me imaginar a cena perfeitamente...
Como eu costumo dizer (ou pelo menos pensar) à noite parecemos sempre pequenos e insignificantes, e os nossos medos crescem e tornam-se ainda maiores, e depois com a insónia tudo se torna mais difícil.
Murmúrios de algo que nunca ouvi, conheço-os bem. Passo a vida a ter sensações e a lembrar-me de coisas que nunca existiram na sua totalidade... Especialmente em noites como as que descreves.
Nunca ninguém vem nessas noites, como é óbvio. Tornamo-nos só nós e as vozes na nossa cabeça, que no meio de todo o silêncio podem ser bastante ensurdecedoras.
E a paz há de vir eventualmente... Nem que seja quando tiveres noites tranquilas e conseguires apagar-te durante umas horas.
"Algo que só existe porque toda a gente o deseja, e poucos conseguem... Amor" esta frase final arrancou-me um suspiro, cada vez mais acredito que há mesmo quem simplesmente não esteja destinado a encontrar tal coisa.
To sum it up: O mundo da tua escrita cada vez me fascina mais :) *
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial