Diário de uma Paixão

terça-feira, setembro 05, 2006

Vazio

Duas velas e a luz de três candeeiros de rua iluminam o meu quarto.Uma em cada canto do espaço quente que me rodeia,uma garrafa de àgua,um cinzeiro,uma almofada e um maço de tabaco quase vazio.Esperança de ser vela e a minha chama apagar-se lentamente,até exausta não se acender mais.O cigarro tem fim,por que não terei eu tambem?
Cansaço e exaustão de viver,respirar e carregar o corpo pelos dias.A musica acaba e recomeça,comigo provavelmente será assim.Morrerei como a vela a meu lado e renascerei humana,mulher,menina...
Tão frágil que me posso partir com um sopro de vento.E se o Sol nos enganar?E se o Sol não nascer esta manhã como nasce há 20 anos?Descansarei o negro eterno da paz que não respira,não cansa,não parte...nem regressa.
O estilhaçar de garrafas que não existem inunda o meu silencio quase perfeito,não me sinto livre,sinto-me céu.Quando uma estrela cai,o céu abraçado a si desaba lentamente sobre o mundo,sobre a vela,sobre o cigarro mal morto,sobre a garrafa de água intocável,sobre mim.
Se o Sol não nascer,o medo desaparecerá.Resta a certeza dele no calor quase palpavel de um quarto de menina.Vazio.Agora vazio.

O poço nunca tem fim,quando caímos sem ver o ínicio.

1 Comentários:

  • Às 3:16 da tarde , Blogger Andre_Ferreira disse...

    O Sol nascerá por certo. O vazio terá de se preencher: para isso serve a curiosidade de viver e aprender...
    Beijinhos

     

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