O vestido
Lá vai ela lavada em mantos de revolta.
À medida que sai pela porta do prédio,mete os óculos de sol baixando suavemente a cabeça,para que ninguem veja os olhos inchados,e as bochechas vermelhas de quem não gritou.Coloca o som do mp3 no máximo e dirige-se para a paragem do autocarro serenamente,como se não fugisse.
Acende um cigarro,olha à sua volta em gesto de despedida.Uma despedida dolorosa de um sitio que se obrigou a odiar,de forma a ser mais fácil a partida.
O autocarro chega,e disfarçadamente vai-se afastando do resto das pessoas,para que não lhe toquem.Como ela detesta o toque...
Senta-se junto à janela,enquanto faz força com as unhas na mala de ganga cheia de pins alegres,fazendo antítese ao seu constante e instavel estado de espirito.O Sol fa-la chorar em segredo,e a multidão continua egocentricamente afogada nas suas próprias futilidades.Observa o caminho como flashes,decora as casas,as àrvores,os cafés,o céu quente.Os flashes avançam impiedosos misturados com imagens longos minutos mais antigas.Existem comprimidos de todo o tipo espalhados pela mesa,e vidros,e coisas partidas.Existe um prédio branco todo ele familiar,com crianças a jogar à bola em seu redor.Existe violência,culpa e ameaça.Egoísmo...E um grito que nunca silencia.
Quando o autocarro está a chegar ao seu destino,ela limpa cuidadosamente sem se notar,as suas lágrimas salgadas,ajeita as ondas do seu cabelo cor de chocolate para o lado,e corre.Corre desenfreadamente para o comboio que a leva dali para fora.Onde ninguem a conhece,onde quase,quase se sente em casa,e ensaia o sorriso que vai ter de colar nos lábios nas próximas horas,até que a noite caia,quando já ninguem repara.
Lá vai ela desligando os flashes.Sugando energias de sonhos que sabe bem nunca vir a realizar,energias que a fazem esquecer por momentos o medo de voltar àquela casa.Dona das culpas e dos ódios.Onde apenas se ouve um unico grito,irritante e melódico.
Um grito que nunca se cala...
À medida que sai pela porta do prédio,mete os óculos de sol baixando suavemente a cabeça,para que ninguem veja os olhos inchados,e as bochechas vermelhas de quem não gritou.Coloca o som do mp3 no máximo e dirige-se para a paragem do autocarro serenamente,como se não fugisse.
Acende um cigarro,olha à sua volta em gesto de despedida.Uma despedida dolorosa de um sitio que se obrigou a odiar,de forma a ser mais fácil a partida.
O autocarro chega,e disfarçadamente vai-se afastando do resto das pessoas,para que não lhe toquem.Como ela detesta o toque...
Senta-se junto à janela,enquanto faz força com as unhas na mala de ganga cheia de pins alegres,fazendo antítese ao seu constante e instavel estado de espirito.O Sol fa-la chorar em segredo,e a multidão continua egocentricamente afogada nas suas próprias futilidades.Observa o caminho como flashes,decora as casas,as àrvores,os cafés,o céu quente.Os flashes avançam impiedosos misturados com imagens longos minutos mais antigas.Existem comprimidos de todo o tipo espalhados pela mesa,e vidros,e coisas partidas.Existe um prédio branco todo ele familiar,com crianças a jogar à bola em seu redor.Existe violência,culpa e ameaça.Egoísmo...E um grito que nunca silencia.
Quando o autocarro está a chegar ao seu destino,ela limpa cuidadosamente sem se notar,as suas lágrimas salgadas,ajeita as ondas do seu cabelo cor de chocolate para o lado,e corre.Corre desenfreadamente para o comboio que a leva dali para fora.Onde ninguem a conhece,onde quase,quase se sente em casa,e ensaia o sorriso que vai ter de colar nos lábios nas próximas horas,até que a noite caia,quando já ninguem repara.
Lá vai ela desligando os flashes.Sugando energias de sonhos que sabe bem nunca vir a realizar,energias que a fazem esquecer por momentos o medo de voltar àquela casa.Dona das culpas e dos ódios.Onde apenas se ouve um unico grito,irritante e melódico.
Um grito que nunca se cala...
6 Comentários:
Às 12:59 da tarde , Anónimo disse...
Parece completamente fútil o que digo, visto que todos dizem o mesmo, mas adoro a tua escrita.
Encontrei-te num blog de um blog de um blog de um amigo meu.
Desejo que continues.
Imagino sempre uma música de fundo a cada vez que te leio.
Não me apetece dizer quem sou porque também nao me coheces. Também nao seria importante conheceres.
Vou-te visitando.
Apenas quero que continues.
Beijinhos.
Pedro.
Às 1:40 da tarde , Anónimo disse...
PROCURA-SE
ROSTO
GUARDADO
NO
MEU
INCONSCIENTE
…90-60-90…
São as medidas do universo em que se move…
Às 3:10 da tarde , pinkas disse...
:) Obrigado.
Às 4:19 da tarde , Tiago Campos disse...
Acabei de me aperceber que o meu último comentário mostra que eu sou um craque em cálculo >.> "se tivesse um cêntimo por cada dia em que pensei isso de mim... Bem, tinha para cima de 365 euros" uau, sou um génio. xD (era suposto ter dito 1 euro >.<)
Anyway, sinto-me uma espécie de stalker a comentar todos os teus posts... Mas eles dizem tanto, especialmente este.
A fuga... Parece mesmo necessária.
As máscaras existem em todo o lado e em toda a gente, e há algumas que merecem mesmo admiração... Acredita.
Mas vendo por um lado positivo, pelo menos sempre existe um sítio para onde fugir, e esquecer tudo, mesmo que momentaneamente... E um dia de certeza que esse sítio será eterno, já não vai ser preciso esconder mais nada, e o grito apesar de continuar lá não vai mais ser ouvido...
É só uma questão de tempo, aposto.
A maneira como escreves... Enfim, blows me away.
:) *
Às 1:18 da manhã , Tiago Campos disse...
Raio do blogger, a privar-me de ler os teus comments geniais! :o
Sim, julgo que é bom continuarmos aqui... Mas a que preço? Ás vezes parece que andamos a estragar tudo o que temos de bom. (já agora, o 00 é ∞, o símbolo do infinito :) que também pode representar um ciclo constante e afins)
E opa, esse agradecimento deixou-me com o ego cá de uma maneira... :$ E ainda bem que te consigo fazer tal coisa, a sério que sim... Pronto, foi isso que senti quando encontrei o teu blog e fiquei imenso tempo a lê-lo, que ainda havia alguma esperança no meio disto tudo... E ainda bem que o encontrei, muito sinceramente :)
E os dias complicados não duram sempre... Depressa acabam e dão depois lugar a dias melhores... (digo eu, que acredito, ou gosto de acreditar, no karma :P)
Obrigado eu, a sério. *
Às 1:44 da manhã , Tiago Campos disse...
Ah, my bad, sorry :$ isso da matemática é mal geral, descansa xD
Exacto, és como eu, tem mesmo mais piada pensar que pode haver algo superior por aí... (Vodka é sem sobra de dúvidas algo muito superior :P)
E sim... Hão de acabar :) Ter esperança faz-nos mover, e isso é sempre bom.
Cheers *
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