Líbido
Branco sujo e manchado.Assim te vejo nas ondas sadisticas disformes do tecto onde adormeço o meu olhar sedento de saliva.A minha mão cansada encosta no cobertor cor-de-vinho e faz-me virar a cabeça para a ver,lembro-me do toque.Os teus lábios sábios de desejo na minha pele,nos meus lábios,nas minhas ancas salientes.O cheiro a remédio de asma e ao meu perfume.As ondas não mexem,não andam,não fazem os dias parecerem menos longos.Sinto uma paz egoísta ao lembrar-me que estás ocupado,sinto-me vazia como as nuvens invisiveis das paredes.Ouço jazz e sinto-me uma intelectual romantica de primeira.Desejo-te aqui,desejo os teus cabelos àsperos no meu peito enquanto me beijas o pescoço e me deixas marcada.Sinto a tua falta.Respiro...Não sinto nada,o meu corpo é um vale deserto que ainda ninguem encontrou algures no mundo.A luz desmaiada do meu quarto prevê que voltas,eu prevejo que já cá não estou quando chegares.A luz mente-me e eu minto-me.Pinto os meus pensamentos de vermelho e as minhas esperanças de uma cor que ainda ninguem inventou.Tanto,tanto...
Os comprimidos são tão sensuais no elevador do meu ventre,a musica já não faz sentido,nem eu.
O desejo é o inimigo da lucidez.És tu a minha doença,e a minha cura.
Os comprimidos são tão sensuais no elevador do meu ventre,a musica já não faz sentido,nem eu.
O desejo é o inimigo da lucidez.És tu a minha doença,e a minha cura.
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