Diário de uma Paixão

quinta-feira, abril 07, 2005

Borboleta

Sou uma borboleta.
Minhas asas batem sem força,
Não tenho ninguém que prometa,
Ninguém que algo de bem me faça.
Dizem e mentem, "oh como és bela"
Depois deixam-me cair...
Ninguem me abre a janela.
Afastam-se e continuam a sorrir,
Fingindo a minha absurda e falsa inexistencia
Ninguem repara na minha ausencia.

Pois tambem eu,borboleta,choro.

Sou pedaços de uma borboleta.
Moribunda e silenciosa
Voei outrora e cheguei á meta,
Aceito o fim e espero ansiosa.
No chão,na erva,junto á porta
Lá dentro ouço vozes,sinto presença
Ninguem!Ninguem a mim conforta
Recosto-me e espero a próxima pisada
Porque afinal...não passo de nada.

E o nada tambem existe.

Já não sou uma borboleta.
Não sou ninguem.
Minhas cores brilhantes e serenas não existem.
Alguem veio acalmar meu voo,
Sou o nada que ninguem tem.

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