Diário de uma Paixão

segunda-feira, outubro 04, 2010

O Escuro

O escuro é uma língua que se fala,sem país ou identidade.É um símbolo,chama-se-lhe o que se souber,e eu chamo-lhe língua.
Falo escuro como falo português,já fui melhor,já fui pior.Quase não tive de esperar para aprende-la,não há escola ou professor que a venda em livros.Quase que se lhe toca,quase que se cheira,quase que...Nunca completamente.
Não é chinês nem árabe,não se escreve ao contrário,aliás,muito pelo contrário,é direita como uma linha de horizonte perfeita.Irritantemente geométrica,tão geométrica que a sua ilusão de óptica nos faz querer em linhas tortas,e isto nada tem a ver com deus,Deus,ou sequer dEUS.Nenhum dos 3 me enche as medidas.O escuro não nos rodeia,preenche-nos.
Fecho as cortinas do meu cabelo negro e é lá que falo a minha língua.

A perfeição nunca está ao alcance de qualquer criatura,e o escuro,também não.

3 Comentários:

  • Às 11:04 da tarde , Blogger JSP disse...

    xcuro, heh?



    Noite
    Sem Lua
    Húmida
    Nevoeiros localizados
    Luzes perfeitas
    Almas desfeitas
    Corpos consumidos
    Percorridos ao largo por carros vazios
    Para mim, breves traços
    Luminosos ecos que rasgam a escuridão

    É noite e vaga Cat-
    Sozinha
    Pela encosta do burgo acima
    Esconde-se das palavras mal entendidas
    Entra num café onde a não aguardo
    E os nossos olhos tocam-se
    Pinta minha noite com duas palavras apenas
    E sai tão fugazmente como chegou
    Qual enguia, desliza
    Para o frio da noite lá fora
    Chuvisca
    Escorre
    Volta

    Novos desejos anseia
    Enredos
    Novelos
    Mordaz e percuciente
    Sempre ciente
    De falsas certezas
    Vidente
    Donzela imaculada de birras e ares
    Adivinhará quem lhe mente?
    Tanto faz

    Saio
    Entro
    Subo
    Em casa prepara-se o remédio segundo a prescrição antiga
    O reflexo retorcido de toda uma geração
    De sonhos perdidos
    De redundâncias
    De frustrações
    Mágoas, traições

    No escuro
    Sonhamos
    Esperamos
    Em silêncio
    Medito
    E sinto que já nada sei
    E aquilo que sinto
    Por maior que seja
    De nada passa também
    Sonhar?
    Os sonhos são rascunhos de caminhos futuros
    Com que semeamos dia após dia
    A incerteza de bem querer
    Amemo-los, não os possuamos
    Que só se pode amar aquilo que se não tem

    Ouvem-se passos
    Volta Cat-
    Abre a porta
    Surge vulto negro
    Urde teias
    Meias de seda em pézinhos de lã
    Mas perde-se
    Por momentos
    Contra a parede, agora em silêncio
    E devolve-me seus olhos negros

    Vai-te, Cat-
    Fecha meus olhos para te não ver
    Discreta carícia que não se sente
    Docemente
    Traga-me a morte um instante
    Seja ele de teus olhos feito
    Infinitamente distante
    Mais passado que presente
    Talvez
    Aguardo como quem não mente
    Mais uma vez
    Mas por ora
    Livra-me o amargor de ver outros à tua roda
    E rio-me.

    come on :) :P

     
  • Às 3:02 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    isto são posts dentro de posts ahaha

     
  • Às 10:30 da tarde , Blogger JSP disse...

    :|

     

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