Diário de uma Paixão

sábado, março 06, 2010

A janela sem vidro

É verdade que faço muitas perguntas,é.Se acabo sem resposta é outra história,ou então é porque faço muitas perguntas e dou poucas respostas.Era bom se tivesse um grilo falante a responder-me a todas as questões sujas que vão surgindo pelo caminho.Longo e árduo é o caminho,dizia ela.Dizia ela tanta coisa...
No fundo do copo eu sabia que este dia era mais do que o dia em que ia finalmente acordar e levantar-me mesmo sem objectivo.Tudo começa quando se ganham hábitos,ou não?Secalhar é por falta de hábito,ou coisa do género.Eu sabia que por detrás do vidro é o dia que era,e é um dia de desistências,acima de tudo.Um dia de 10 horas seguidas de fingimento e mais umas quantas de desilusão,e mais umas quantas a combater sonos mal dormidos e perguntas mal respondidas.
Nasci perto do mar.Tenho saudades de sentir a maresia próxima do meu coração,fazia-me bem.O mar e o seu brilhozinho triste de luar a fazerem amor na areia.Coisas pirosas,e gomas.Aquele ácido que quase por segundos nos faz pessoas felizes e faz esquecer o frio e a humidade que perfura os ossos e seca os lábios.
Os lábios cortados são uma espécie de cristal,não são?São sim senhor.São cristal em pele e carne quente.O cristal é uma forma bonita de dizer vidro caro.
9:00 da manhã é uma hora tão mesquinha para ser verdade,que quase parece mentira,quando olho no vidro das janelas e dos copos e das pequeninas molduras com fotos de gente conhecida.
Quando olho esses vidrinhos riscados e frágeis e me lembro que é dia 5 de Março,e custa como o caralho sair para partir vidros com o meu sorriso falsificado.
O custo é sempre subjectivo quando não se sabe o significado do fácil.Difícil é saber que falta tanta coisa e já houve um dia em que tudo se resolvia quando eu conseguia ver por detrás do vidro.

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